Um programa de pesquisa de ações climáticas do governo que começou há cinco anos pela administração Bush esclareceu algumas questões cientificas, segundo um comitê independente. Mas em seu relatório publicado nesta quinta-feira, o comitê descobriu que o programa estava cheio de atrasos, e ainda não tinha dinheiro ou empenho em estudar os efeitos das mudanças climáticas, ou em disseminar as descobertas para aqueles que seriam mais afetados.
O Programa de Mudanças Climáticas, criado em 2002 pelo presidente Bush para melhorar a pesquisa climática pelas 13 agências governamentais, também foi prejudicado por políticas governamentais que desmancharam programas para monitorar as condições ambientais da Terra, concluiu o relatório, publicado pela Academia Nacional.
Em uma declaração escrita, Veerabhadran Ramanathan, o presidente do comitê, disse que os empenhos básicos científicos constituíram “uma importante iniciativa que ampliou nosso conhecimento sobre mudanças climáticas”.
Entre outras coisas, o relatório notou, tais empenhos ajudaram a resolver as disputas sobre se a atmosfera da Terra está aquecendo significativamente ou não, permitindo que os cientistas comparem as informações e concordem que o aquecimento está acontecendo.
Mas o relatório citou mais problemas do que sucessos no programa de pesquisa do governo. Dos US$1.7 bilhão gastos pelo programa de pesquisa climática, somente US$ 25 milhões a US$ 30 milhões foram dedicados a estudos sobre como as mudanças climáticas influenciarão os humanos, para melhor ou pior, disse o relatório.
“A descoberta da ciência e compreensão do sistema climático está progredindo bem, mas o uso desse conhecimento para apoiar a tomada de decisão e gerenciar riscos e oportunidades da mudança climática está sendo lenta”, concluiu o painel de 15 integrantes, formado por cientistas de universidades e duas empresas, BP e a produtora química DuPont.
John H. Marburger, o consultor de ciência da Casa Branca, publicou uma declaração na quinta-feira agradecendo pela “revisão cuidadosa” e dizendo que vários assuntos enfatizados no relatório “já estavam sendo discutidos”.
O programa foi originalmente criado por Bush como uma maneira de focar pesquisa em assuntos importantes e produzir um amplo acompanhamento dos resultados entre dois a cinco anos. Um grande obstáculo ao progresso, segundo o relatório, é que o diretor do programa climático e seus subordinados não têm a autoridade de determinar como o dinheiro é gasto.
(Por Andrew C. Revkin,
The New York Times, 13/09/2007)