Portugal semeou, em 2007, 4129 hectares de milho geneticamente modificado, o que significa mais do triplo relativamente à área cultivada no ano passado, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Apesar de a produção nacional ter aumentado, cerca de dois terços do milho ainda são importados, dos quais metade vem de países que produzem milho transgénico e convencional.
Redução de custos, benefícios ambientais e maximização da produção, são algumas das vantagens decorrentes da utilização do milho geneticamente modificada, defendeu hoje Pedro Fevereiro, presidente do Centro de Informação de Biotecnologia (CiB), durante um encontro com os jornalistas, agendado na sequência da destruição do campo de milho transgénico no Algarve.
«A utilização de milho transgénico permite optimizar a produção para 12 toneladas por hectar, enquanto que o milho convencional só consegue garantir entre sete a nove toneladas por hectar», lembrou.
O investigador em biotecnologia salientou ainda que nos campos de milho convencionais cerca de 20 a 40 por cento da produção mundial perde-se em intempéries ou pragas. O controlo tradicional é feito por pesticidas, pouco eficazes, garante Pedro Fevereiro, pois na maioria dos casos são aplicados quando a lagarta já se encontra no interior do milho. No caso do milho Bt (MON 810), uma das variantes aprovado para ser produzido na União Europeia, a toxina que lhe é introduzida no ADN permite combater as larvas da broca do milho, que se instalam no interior da planta e se alimentam do caule e da maçaroca.
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Ambiente Online, 13/09/2007)