Estrela - Reciclar e vender o lixo que recolhe nas ruas de Lajeado foi a maneira encontrada por Alessandro Gonçalves Oliveira (18) para obter o seu sustento. "Melhor assim do que roubando", justifica o jovem. O problema é o local que ele escolheu para fazer a atividade: os fundos do Estádio Municipal Aloísio Valentim Schwertner, onde outras três pessoas acumulam o material reaproveitável. Na semana passada, os moradores foram autuados pela prefeitura por despejar o lixo não utilizado em um barranco. Se os recicladores não realizarem a limpeza do lugar, a fiscalização ambiental promete tomar atitudes drásticas.
Oliveira veio de Montenegro, na Região Metropolitana, e não conseguiu emprego em Estrela. Mora com a tia, com outras sete pessoas. Com a atividade de reciclador, ganha cerca de R$ 300 por mês, que divide com um parceiro de trabalho. "É pouco, mas dá para se manter, pagar as contas", comenta. Outras três pessoas também trabalham com reciclagem no local. Todos foram autuados pela prefeitura a efetuar a limpeza em dez dias. Uma das maiores preocupações da Administração é com o risco de enchentes, já que o local tem um histórico em incidentes desse tipo e o acúmulo de detritos impede o escoamento da água da chuva.
Oliveira, que trabalha há dois meses no local, diz não ter medo, mas se comprometeu a limpar a área. "Se eles não derem um jeito, vamos tirá-los de lá", afirma o fiscal ambiental Andreas Hamester, que realizou as autuações. De acordo com ele, a situação será verificada novamente no final desta semana, para saber se os recicladores obedeceram ao pedido da prefeitura. "O problema é que a área não é deles e o lixo que eles não usam é jogado no barranco", denuncia o fiscal. A situação contribuiu para modificar o aspecto do lugar, agora tomado por caixas de papelão, sacolas e garrafas plásticas.
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O Informativo do Vale, 13/09/2007)