Após o incidente no início do mês de agosto - quando cerca de um milhão de exemplares da espécie Stephanolepis hispidus, de nome popular peixe-porco, foram encontrados no Cassino - a mortandade volta a assolar o balneário. Desta vez, milhares de bagres estão sendo encontrados no entorno de todo o estuário da Lagoa dos Patos - praias de Pelotas e São Lourenço do Sul. Mas, devido a vazão, muitos desses exemplares podem ser vistos também no balneário Cassino.
Segundo o Laboratório de Ictiologia, do Departamento de Oceanografia da Furg, os casos são diferentes, pois envolvem espécie, época e ambiente diferentes. Quanto aos bagres encontrados no estuário da Lagoa dos Patos, o biólogo Alex Moresco diz que pesquisadores estudam as amostras recolhidas e encontradas no Cassino. "Os pesquisadores estão realizando análises químicas e fisiológicas. Além disso, outros laboratórios da Furg estão envolvidos, realizando demais análises para que a causa da mortandade seja identificada", explica.
No entanto, até o momento, o departamento ainda não identificou a causa da morte dos peixes-porco. A hipótese mais provável seria a morte natural, devido à intoxicação alimentar (pois são espécies de águas profundas, que se alimentam de algas. Com a floração, as algas podem ter intoxicado a espécie); ou pela temperatura da água (por habitar águas mais quentes, o peixe-porco - espécie sensível ao frio - pode não ter resistido às baixas temperaturas registradas naqueles dias de agosto).
Já a Secretaria Especial do Cassino (SEC) trabalha na retirada dos bagres. Segundo o titular da pasta, Renato Albuquerque, cerca de 50 toneladas já foram recolhidas da orla marítima, no trecho compreendido entre os Molhes da Barra até a Querência. "Os peixes têm sido um grande problema para os veículos que transitam na praia. Já tivemos pneus de motoniveladoras e caminhões furados pelo esporão do bagre", explicou Albuquerque.
(Por Mônica Caldeira,
Jornal Agora, 13/09/2007)