O ministro do Meio Ambiente da Itália, Alfonso Pecoraro Scanio, assegurou hoje em Roma, durante a Conferência Nacional da Mudança Climática, que a temperatura no país aumentou quatro vezes mais que no resto do mundo. Scanio, líder do partido Os Verdes, disse que enquanto na Itália a temperatura aumentou 1,4 graus centígrados nos últimos 50 anos, o aumento médio mundial foi de 0,7 graus em todo o século.
O ministro explicou que as chuvas estão diminuindo, os casos de seca se multiplicam e os gelos dos Alpes perderam 30% de sua superfície em menos de um século. Os primeiros a sofrerem as conseqüências da mudança climática serão o turismo e a agricultura, segundo Scanio, que calculou que a produção agrícola do país poderia diminuir em 22%.
Os custos para enfrentar os danos produzidos pelo aquecimento global são de em torno de € 50 bilhões ao ano (US$ 69,4 bilhões), de acordo com o ministro. A Itália demorou dez anos para enfrentar os danos da mudança climática, destacou Scanio. Para ele, os esforços devem estar concentrados na redução das emissões de dióxido de carbono e na adequação ao Protocolo de Kioto antes de 2012.
A Conferência Nacional da Mudança Climática foi inaugurada pelo presidente da República, Giorgio Napolitano, que disse ser necessário "potencializar acordos e esforços coordenados em escala mundial para fazer frente ao problema da mudança climática", acrescentou que é necessário que a Europa fale com uma só voz.
Napolitano pediu que se leve adiante a política européia do meio ambiente e energia definida no Conselho Europeu no início do ano e que "a Itália cumpra sua parte". O presidente da Câmara dos Deputados, Fausto Bertinotti, ressaltou que o desafio ao aquecimento global é difícil, pois deve superar costumes culturais e conflitos de interesses.
Scanio afirmou que perante os dados "preocupantes" da mudança climática no país, o Governo estabelecerá um projeto de segurança ambiental para prevenir seus efeitos. Amanhã, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, discursará para esclarecer suas primeiras conclusões sobre o projeto.
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EFE, 12/09/2007)