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etanol
2007-09-13
Tal como é realizada hoje, a produção mundial de etanol "não é necessariamente boa para o meio ambiente", afirmou à BBC Brasil a ministra dinamarquesa do Meio Ambiente, Connie Hedegaard, nesta quarta-feira.

Hedegaard reconheceu seu ceticismo em relação ao tema - a menina dos olhos da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos países nórdicos.

Embora não aprove totalmente o modelo atual, a ministra destacou que a produção de etanol no Brasil "tem vantagens e faz sentido", porque utiliza uma colheita que não compete com outras de finalidade alimentícia.

Críticos afirmam que a produção de etanol atenta contra a segurança alimentar do planeta, porque utiliza colheitas que poderiam ser usadas na produção de alimentos.

O presidente Lula rejeita esta visão, e tem procurado vender a idéia de que o biocombustível traz duplo benefício: colabora para evitar as emissões de gás carbônico na atmosfera e abre uma oportunidade para os países em desenvolvimento.

"Depende do tipo de colheita que você estiver utilizando", disse Hedegaard à BBC Brasil.

"A China já fala da possibilidade de proibir a fabricação de etanol a partir de gêneros alimentícios, por perceber que isso gera uma pressão sobre os preços do milho e do trigo."

"E agora os chineses começam a perceber algo impensável antes, a falta de alimentos", completou.

As palavras da ministra ilustram a postura cautelosa em relação ao etanol adotada pela Dinamarca, que nesta quinta-feira assina com o Brasil um acordo para desenvolver tecnologia de produção do biocombustível a partir dos restos da colheita de cana-de-açúcar.

Analistas dizem que a chamada produção de etanol de segunda geração seria um grande salto científico: chegar a dobrar a produção sem necessidade de aumentar a área plantada.

"Estamos dando prioridade ao investimento no desenvolvimento de etanol de segunda geração, porque acreditamos que os benefícios ambientais totais virão com ela", explicou.

Negociações em torno do tema resultaram em dois memorandos de entendimento que a empresa dinamarquesa de fabricação de enzimas Novozymes assinará com a Petrobras e o Centro de Tecnologia Canavieira.

Empresários disseram à ministra esperar que o desenvolvimento da tecnologia leve "dois ou três anos", ela afirmou.

Para Hedegaard, a produção de etanol nos moldes atuais também é "uma maneira cara de reduzir CO2 (gas carbônico)".

Ela citou um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo o qual os Estados Unidos gastam cerca de US$ 500 para retirar uma tonelada de CO2 da atmosfera.

Outro acordo que será assinado entre o Brasil e a Dinamarca trata de eficiência energética, biocombustíveis e energia renovável na área da indústria e do transporte.

Em 2009, a Dinamarca vai sediar uma conferência mundial sobre o clima, na qual Hedegaard espera fixar as bases de um acordo em substituição ao Protocolo de Kyoto.

Para os países em desenvolvimento, uma das questões será o estabelecimento ou não de metas de emissões de carbono, a exemplo das que devem seguir hoje os países desenvolvidos.

Hedegaard defendeu que é preciso "flexibilidade" para exigir dos emergentes objetivos diferentes daqueles estabelecidos para os ricos. Um desses critérios poderia ser a eficiência energética, ela exemplificou.

Outro tema central, segundo a ministra, será a transferência de tecnologia, para que os países possam "saltar gerações" e se desenvolver sem ter de adotar as mesmas políticas de destruição do meio ambiente seguidas no passado pelos países ricos.

"Defendemos o direito de os países em desenvolvimento crescerem", disse Hedegaard.

(BBC, 12/09/2007)

 

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