O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, defendeu o maior aproveitamento da biomassa para garantir o abastecimento de energia até a entrada em funcionamento da usina Santo Antônio, do rio Madeira, prevista para iniciar operação em 2012. "A biomassa permite que o operador passe a depender menos da hidrologia para gerenciar o sistema", justificou o executivo no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), promovido hoje pelo Grupo Canal Energia.
Na avaliação de Chipp, a biomassa oferece muitas vantagens para o operador. Uma delas seria a previsibilidade na disponibilidade de oferta de energia. Além disso, é uma fonte que envolve projetos de pequeno porte, com proximidade dos centros de consumo e que são complementares ao regime hidrológico das bacias localizadas no Sudeste e no Centro-Oeste. "Cerca de 1 mil MW no período da safra, entre maio e novembro, agrega 4% do nível de armazenamento dos reservatórios na região Sudeste", afirmou diretor.
O diretor do ONS disse que a biomassa pode mitigar eventuais atrasos na implantação de hidrelétricas de maior porte, como Estreito, Foz do Chapecó e Serra do Facão, entre outras, e no cumprimento do termo de compromisso firmado entre a Petrobras e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel ) para as térmicas a gás natural.
O executivo, no entanto, criticou o fato de que hoje a fonte não consegue se viabilizar por conta de problemas das usinas de açúcar e álcool à rede básica. "Isso é um absurdo, até porque a lei garante o livre acesso", comentou. Chipp afirmou que, em breve, os agentes do setor deverão se reunir para estabelecer uma solução sobre este tema.
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Agência Estado, 12/09/2007)