O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem (12/09) que a questão econômica é que faz o mundo se interessar pela produção de energia limpa. Ele disse que o barril do petróleo chegou a bater recorde de preço, em cerca de US$ 80. Por isso, as pessoas mostram interesse na produção de etanol, entre outros biocombustíveis alternativos ao petróleo. Para ele, a questão do aquecimento global está em segundo plano nesta discussão.
Stephanes salientou que a produção de biodiesel a partir da mamona é inviável hoje, por causa do alto custo de produção, da toxicidade do farelo e do preço da mamona no mercado. "Mas se o preço do petróleo chegar a US$ 100 daqui a dois anos, não sabemos se a mamona se tornará viável", afirmou ele, ao participar de audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados. Ele acrescentou que a obtenção de etanol a partir de celulose levará ainda pelo menos cinco anos. Mas quando todo o processo estiver desvendado, o debate sobre os biocombustíveis ganhará novos contornos.
SeloCom relação à troca de áreas de pastagens por canaviais, o ministro informou que as indicações atuais são de baixíssimo rendimento da pecuária de corte e que o manejo adequado permitira o aumento do rendimento dos animais. Questionado por parlamentares sobre a possibilidade de queda na produção de carne, se houver aumento na produção de cana-de-açúcar, Stephanes comentou que em são Paulo a produção de cana cresceu e não resultou em queda na oferta de carne bovina.
Ainda respondendo questões dos deputados, Stephanes observou que os zoneamentos estaduais serão levados em conta pelo governo federal, que pretende apresentar até junho do ano que vem um zoneamento para todo o País. Ele disse que o governo deve adotar um selo para usinas que produzirem álcool de forma sustentável, mas que a idéia do governo não é oferecer incentivos adicionais para essas empresas. Stephanes ressaltou, no entanto, que o plantio de cana em áreas de pastagens ou degradadas terá sim algum tipo de incentivo. A adoção do selo será voluntária.
(Por Fabíola Salavdor,
Agencia Estado, 12/09/2007)