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seca e estiagem
2007-09-13
Saúda das pessoas também fica prejudicada

A falta de chuva nas regiões de Ribeirão Preto, Campinas e Central piorou a qualidade do ar. Há dias, a umidade está baixa e com índices críticos, considerados de alerta. A região de Ribeirão Preto está entre as mais problemáticas do Estado, com quase 50 dias de estiagem.

A umidade do ar em Ribeirão Preto só não é mais baixa que do que a registrada em Presidente Prudente, e são vários os fatores que contribuem para isso. A cidade está localizada em um ponto muito baixo se comparado a outras cidades, e cercada por morros. "Além das questões topográficas e geográficas, as intervenções humanas, como as queimada, atuam diretamente nos aspectos negativos, e todos esses fatores contribuem com a baixa umidade relativa do ar", explica o gerente regional da Sabesp, Marco Antônio Artuizzo.

Nos últimos 20 dias, a umidade relativa do ar ficou abaixo dos 20%. A situação mais crítica foi há duas semanas, quando a umidade chegou a 9%.

Nesta terça-feira (12), Campinas amanheceu novamente com céu aberto e a umidade do ar deve ficar em torno dos 25%, mesmo índice registrado nesta segunda-feira (11). O céu em São Carlos também está com poucas nuvens. De acordo com a Defesa Civil da cidade, nesta segunda-feira (11) a umidade relativa do ar chegou a 17%, índice que pode cair ainda mais. Uma das causas dessa umidade baixa é a massa de ar seco que está sobre o Estado. Ao invés do ar subir e formar nuvens de chuva, ocorre o contrário. Ele desce para a superfície e aumenta a temperatura.

Em Piracicaba, a umidade do ar também registrou um índice considerado baixo para a região de Campinas, chegando a 21%. A previsão é de subir um pouco mais na tarde desta terça-feira (12).

Outro problema comum nessa época é a queimada, que traz conseqüências para o meio ambiente e para a população, além de aumentar o risco de acidentes nas estradas por causa da fumaça. Com a temperatura mais alta e a umidade baixa, a incidência de focos de incêndio em terrenos é muito maior.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos últimos 30 dias foram registrados 112 focos de incêndio no Estado.

Devido ao clima seco, desde o início de julho está proibida a queima da cana no período das 6h às 20h no Estado de são Paulo. Mas, quando a umidade do ar atinge menos de 20%, nem durante a noite a queima da cana é liberada. Essa determinação está em vigor até o dia 15 de outubro. O telefone para denúncias é o 0800-113560.

Entre as regiões de Campinas, Ribeirão Preto e Central, Ribeirão Preto é a cidade que tem ficado mais dias com a qualidade do ar regular, de acordo com a Cetesb. No final de agosto, o índice chegou a inadequado, situação parecida com a de alguns bairros de São Paulo e de Cubatão.

Entre os fatores que ajudam a diminuir essa poluição concentrada estão a chuva e o vento. Mas isso não deve acontecer com tanta rapidez nessas regiões.

Áreas de instabilidade se formam em parte de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, mas a massa de ar seco que está sobre o sudeste deixa o tempo aberto, principalmente no Estado de São Paulo, onde não há previsão de chuva até o fim de semana. Nesta quarta-feira (12) o tempo não muda em praticamente todo o Estado. Apenas na região de Campinas e na capital as nuvens aumentam um pouco durante a tarde, mas a temperatura continua alta.

Conseqüências para a saúde
Com os problemas de baixa umidade relativa do ar e estiagem, só resta aos moradores procurarem alternativas para tentar diminuir a sensação de ar seco e os reflexos para a saúde.

Durante essa época, a procura para fazer inalação nos postos de saúde de Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos aumenta 30%. Nos dias mais críticos, a espera na fila para a inalação chega a meia hora.

Os maiores incômodos desse tempo seco são para a respiração, mas a umidade baixa traz conseqüências para todo o organismo, como ardência nos olhos, coceira na garganta e nariz seco.

Esses sintomas acontecem porque o ar seco entra no nosso organismo, e resseca as mucosas desde o nariz até os pulmões. Além de agravar as doenças respiratórias, é comum também nesta época a incidência de sangramento no nariz. "Nesses casos, é necessário que a pessoa aperte o nariz e coloque uma compressa de gelo", explica a médica Juliana Bertoncello.

Quem possui problemas cardíacos também deve redobrar os cuidados nesta época. Segundo o Instituto do Coração, com a poluição concentrada, os casos de infarto aumentam 15%." Osvasos com lesões preexistentes acabam sendo novamente agredidos pelos poluentes, o que pode causar ocasionar a pessoa algum problema cardiovascular",afirma o médico cardiologista José Francisco Kerr Saraiva.

Esse tipo de clima traz ainda efeitos para a pele, que coça e pode apresentar vermelhidão em casos mais graves. O metabolismo do nosso carpo aumenta com a umidade baixa, provocando maior consumo de energia e pouca resistência física. Por isso, quando a umidade está abaixo dos 20%, é recomendável reforçar a hidratação e evitar exercícios físicos entre as 11h até as 15h.

Segundo a médica dermatologista Luciana Lourenço, ao contrário do que muitos pensam, a água do banho não ajuda a hidratar. "Antes de tomar banho é importante que a pessoa utilize um óleo no corpo, evitando assim a perda hídrica exagerada", ensina.

O médico otorrinolaringologista Agrício Nubiato Crespo explica que tudo o que pode aumentar a quantidade de água no organismo é importante. "As pessoas podem utilizar a bacia com água, que já é um recurso bem tradicional, ou então o vaporizador e o inalador. Porém, o mais importante continua sendo a boa ingestão de água durante o dia", afirma.

Plantas e animais
Os seres humanos não são os únicos que sofrem com o clima seco e com baixa umidade. As plantas também ficam muito mais vulneráveis nestas condições.

A dona-de-casa Maria Virgínia Ferreira de Melo cultiva várias espécies de plantas em seu apartamento. No total, são mais de 60 vasos. Ela sabe que, nesta época do ano, a atenção precisa ser redobrada. Sem água e sem os cuidados necessários, elas podem morrer em poucos dias. Algumas espécies como as azaléias e as primaveras são as mais suscetíveis ao calor e tempo seco.

O dono de uma floricultura, Renato Franca da Silva diz que toda a semana recebe várias ligações de clientes que buscam orientação quanto ao cuidado com as plantas. Segundo ele, a planta começa a quebrar e perder folhas devido a um mecanismo de defesa contra os efeitos nocivos do clima típico desta época. "É preciso ficar atento aos primeiros sinais. É necessário regá-las, pelo menos, duas vezes por semana", explica.

Além do prejuízo para as áreas verdes, os animais também sentem os reflexos das queimadas e clima seco. Uma raposa do campo teve as pernas queimadas por causa de um incêndio que atingiu a mata ao lado da rodovia que liga São Carlos a Ribeirão Preto. Durante a fuga, a raposa ainda foi atropelada. Assim como ela, o filhote de gato do mato, espécie ameaçada de extinção, sobreviveu a um incêndio.

Os dois se recuperam em um zoológico de São Paulo, mas provavelmente, não vão voltar ao meio ambiente. "Dificilmente uma área ambiental atingida por um incêndio se recupera, conseqüentemente, os animais terão os mesmos problemas em reocupar o local", afirma o diretor do zoológico, Fernando Magnani.

Mas, não são só a queimadas que apresentam perigo aos animais, o tempo seco acaba mudando a rotina de muitos. Segundo o veterinário Alexandre Coelho, eles podem se tornar mais apáticos e vulneráveis a doenças oportunas.

Durante esta época do ano, segundo especialistas, é normal os animais apresentarem queda de pêlo e alergias. Algumas mudanças como evitar passear com o animal em horários quentes e não usar focinheiras podem minimizar os efeitos do tempo seco.

(EPTV Globo, 12/09/2007)

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