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extinção de espécies
2007-09-13
Gorilas, orangotangos e corais estão entre as plantas e animais que mais se aproximaram da extinção no último ano, segundo a União Mundial para a Conservação (IUCN, na sigla inglesa). A organização diz que a degradação de habitat natural, caça e mudanças climáticas estão entre as principais ameaças aos animais citados.

A IUCN divulgou sua nova Lista Vermelha de espécies ameaçadas no mundo nesta quarta-feira, e identificou 16.306 espécies que estão ameaçadas em algum grau, 178 a mais do que no ano passado. A lista analisa 41.415 espécies animais e de plantas em todo o mundo, e as classifica em relação aos riscos de extinção.

Peixes
Um em cada quatro mamíferos, um em cada oito pássaros, um terço de todos os anfíbios e 70% das plantas classificadas na lista deste ano estão ameaçadas. No Brasil, os animais ameaçados chegam a 725, entre eles, uma das espécies de espadarte (Pristis perotteti), encontrado na costa norte, que está criticamente em risco. Sua captura e comércio já são proibidos no Brasil desde 2004.

Os cações-viola, encontrados na costa sul do Brasil, também estão criticamente ameaçados. A abundância dessa espécie diminuiu em 80% desde 1986 por causa da pesca intensiva e atualmente é raro que sejam capturados. A IUCN acredita que, se não aumentarem os esforços por sua conservação, o cação-viola poderá estar extinto dentro de 10 anos.

Primatas
Os gorilas estão entre as espécies mais ameaçadas mundialmente. O gorila ocidental está 'criticamente em risco', depois que foi descoberto que a principal subespécie, o gorila ocidental das terras baixas, foi dizimada pela caça e pelo vírus Ebola. Sua população diminuiu em mais de 60% nas últimas décadas, sendo que um terço da população em áreas de conservação foi morta pelo Ebola.

O orangotango do Sumatra permanece na categoria 'criticamente em risco' e o orangotango de Bornéu 'em risco'. As duas espécies estão ameaçadas pela diminuição do habitat, causada pela exploração madeireira e deflorestação para a produção de óleo de dendê. Esta também é a primeira vez em que espécies de corais aparecem na lista. Dez espécies encontradas em Galápagos estão ameaçadas, sendo que duas delas estão criticamente em risco e uma possivelmente extinta. A principal ameaça para essas espécies são os efeitos do El Niño e das mudanças climáticas.

Periquito
Na lista deste ano, apenas uma espécie teve seu risco de extinção reduzido, um periquito (Psittacula eques) encontrado apenas nas Ilhas Maurícios, que era o periquito mais raro do mundo há 15 anos. "A lista deste ano mostra que os esforços feitos até agora para proteger as espécies não são suficientes. O ritmo de perda de biodiversidade está aumentando e nós precisamos agir agora para reduzir e acabar com esta crise global de extinção", disse Julia Marton-Lefévre, diretora geral da IUCN.

"Isso pode ser feito, mas apenas com um esforço concentrado em todos os níveis da sociedade." A União Mundial para Conservação, criada em 1948, reúne 10.000 cientistas em 147 países e monitora o estado de mais de 41 mil espécies. A maior causa para o risco das espécies ainda é a ação humana, principalmente a destruição e degradação de habitats, além da introdução de espécies invasivas, plantações insustentáveis, caça, poluição e doenças. As mudanças climáticas também vêm sendo cada vez mais reconhecidas como uma séria ameaça, que pode amplificar esses perigos.
(BBC, 12/09/2007)


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