A exemplo do que fizeram os produtores empresariais com o zoneamento da soja no Estado, os agricultores familiares solicitarão ao Ministério da Agricultura (Mapa) que seja feita uma revisão nas regras para o plantio da mamona na safra 2007/08. No entanto, em vez de pleitear a ampliação das áreas recomendadas para o cultivo no RS, que abrange 297 municípios, o segmento defende que seja adotada uma pesquisa da Embrapa, ao invés do trabalho realizado pelo Mapa. A Contag buscará agendar audiência com a pasta na próxima semana para apresentar o pleito.
O secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, que participou de evento, ontem, na Fetag, sobre a produção voltada ao biodiesel, acredita que a pesquisa da Embrapa tem mais credibilidade. 'Estudos feitos pelo Mapa apontam que a mamona não pode ser plantada em altitudes abaixo de 300 m, mas o zoneamento recomenda, por exemplo, o cultivo em São Francisco de Paula e exclui municípios da Metade Sul', argumentou Rovaris. Há ainda uma controvérsia acerca do período de plantio. 'Defendemos um trabalho que vá garantir rentabilidade ao produtor. A pesquisa da Embrapa é mais restritiva, mas tem garantia maior de produtividade.'
Além do zoneamento da mamona, foram analisados, ontem, os contratos com as empresas Brasil Ecodiesel e Granol e o acesso aos recursos do Pronaf. A intenção é garantir que os produtores possam financiar as lavouras de oleaginosas para a produção de biodiesel com recursos oficiais. A expectativa de Rovaris é que, dentro de 30 a 40 dias, esteja regularizado o acesso. Participaram do encontro representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Banco do Brasil, das empresas, da Embrapa e do movimento sindical. O evento continua hoje.
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Correio do Povo, 12/09/2007)