Um bebê indígena, de um mês e 11 dias, morreu de desnutrição grave anteontem (10) no hospital da Missão Evangélica Caiuá em Dourados (MS), informou o médico-legista do IML (Instituto Médico Legal Raul Grigoletti).
Ao menos oito crianças indígenas das etnias guarani e caiuá morreram devido à desnutrição neste ano, segundo levantamento da Folha. No ano passado, foram 14 mortes; em 2005, 27.
Em julho deste ano, durante visita a Campo Grande, o presidente Lula afirmou que montou "um pelotão de choque com companheiros de vários ministérios" e resolveu o problema da morte de crianças por desnutrição.
Lideranças indígenas afirmam que crianças passam fome devido ao atraso na entrega de cestas de alimentos do governo federal, distribuídas pela Funasa. Procuradas pela Folha, a direção nacional da Funasa e a coordenação em Mato Grosso do Sul não se manifestaram. A Funasa é responsável pela saúde indígena nas aldeias.
O bebê Elvis Charles Lopes foi levado a Dourados para tratamento médico pela mãe, uma adolescente de 14 anos, da aldeia de Porto Lindo, em Japorã (MS), na fronteira com o Paraguai. A criança estava internada desde o início do mês.
(Por Hudson Corrêa,
Agência Folha, 12/09/2007)