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2007-09-12
Portugal tem condições particularmente favoráveis ao aproveitamento da energia das ondas e marés, mas dado o “estado da arte” da tecnologia a nível mundial demorará 10/15 anos até que se atinja um adequado nível de desenvolvimento. ”Não atingiremos o estado actual de desenvolvimento da energia eólica antes de 10 a 15 anos”, afirmou Luís Gato, professor associado do departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico (IST), em declarações à Agência Lusa.

Falando à margem da 7ª conferência europeia sobre Energia das Ondas e das Marés, que decorre no Porto por iniciativa do IST, Luís Gato afirmou que Portugal não está, nesta matéria, aquém dos seus parceiros europeus e mundiais, onde “tudo está ainda em investigação, pré-demonstração ou, em alguns casos, fase pré-comercial”. Para o investigador do IST, Portugal dispõe até de “condições muito boas” para o desenvolvimento da energia das ondas e das marés.

“Temos uma costa com exposição, uma rede eléctrica forte junto à costa, estaleiros navais e tradição marítima”, salientou, destacando ainda a aposta na investigação que há mais de 20 anos tem vindo a ser feita quer por parte do IST, quer do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Investigação (INETI). Contudo, disse, a energia das ondas e das marés “oferece bastantes riscos”, já que, além de não permitir a acumulação, como é típico das energias renováveis, implica a colocação de tecnologia longe da costa, num “ambiente hostil”.

“Já se sabe quanto custam os protótipos e sabe-se também que os custos baixam em função da capacidade instalada, mas falta verificar os custos de operação e manutenção e calcular o tempo de sobrevivência dos sistemas”, explicou. De acordo com Luís Gato, dos vários sistemas tecnológicos actualmente em estudo muitos deverão convergir para só restarem muito poucos numa fase mais avançada. Entre os projectos de aproveitamento da energia das ondas e marés em Portugal conta-se a instalação de uma central de energia das ondas no novo quebra-mar em construção na Foz do Douro.
(Primeiro de janeiro, 11/09/2007)


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