O monitoramento por satélite das áreas agrícolas voltadas para a produção de fontes de energia deverá estar implantado ainda neste ano pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em reunião técnica na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (11/09), o chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda, explicou que com essa tecnologia "é possível planejar o futuro do agronegócio brasileiro".
O sistema está em estruturação e permitirá visualizar, planejar e prever a produção de mamona, dendê, cana-de-açúcar e outras que podem se transformar em combustíveis, além de detectar precocemente eventuais problemas, informou Miranda, ao lembrar que "as imagens chegam a detalhar uma distância de até um metro".
A agricultura no país, acrescentou, "é dinâmica, muda quase todos os dias, e com o monitoramento pode-se disponibilizar informações sobre o uso e a ocupação das terras". Segundo o técnico, "o que temos no horizonte, com as usinas em instalação até 2011, é um produção de 5 mil megawatts – é praticamente uma Itaipu só feita de co-geração de energia e isso pede infra-estrutura".
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) avaliou, na reunião, que todo tipo de controle científico da produção brasileira, inclusive o zoneamento econômico-ecológico, é importante para "profissionalizar os plantios e dar uma noção real da área plantada, dos itens que estão sendo plantados e da quantidade de cada um deles". Dessa forma, concluiu, será possível fazer um planejamento para a área agropecuária brasileira.
Para o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Aluízio Mercadante (PT-SP), o trabalho de monitoramento "também é importante para uma avaliação da ocupação territorial e para dar subsídio a várias culturas, revelando a evolução do plantio, da safra, aqui e em outras partes do mundo, para que o Brasil tenha uma estratégia mais competente de comercialização”.
(Por Gláucia Gomes, Agência Brasil, 11/09/2007)