Cerca de 500 atingidos organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) trancaram a via de acesso ao canteiro de obras da barragem de São Salvador desde a madrugada de segunda-feira (10/09). Localizada entre os municípios de São Salvador e Paranã, no rio Tocantins (TO), a hidrelétrica deve atingir ainda o município de Minaçu (GO).
A usina, que terá capacidade para gerar 240 MW, pertence ao Consórcio Energético São Salvador (Cess), cuja maior acionária é a empresa Tractebel Energia S.A. Até agora ninguém da empresa apareceu para negociar com os atingidos que continuam acampados na estrada.
Em reuniões no foro de negociação da UHE São Salvador, realizadas no auditório da Câmara Municipal de São Salvador, atingidos e empresa não chegaram a um consenso do que diz respeito à data limite de vínculo com a propriedade atingida pelo reservatório. Segundo Cirineu da Rocha, da coordenação estadual do MAB, a data deve ser junho de 2006, o início das obras da barragem, e não 2003. "O cadastro realizado pela Cess em 2003 tem a desaprovação geral dos atingidos", disse Rocha.
Além disso, a empresa não quer indenizar os dragueiros, garimpeiros e caçambeiros do município de Minaçu, alegando que estes não são trabalhadores licenciados. Segundo o MAB, o garimpo de ouro e a retirada de seixo e areia são atividades desenvolvidas na região há muitos anos. "Estes trabalhadores perderão seu meio de sustento com a formação do lago da barragem e devem ser indenizados por isso", argumenta Cirineu Rocha.
Os atingidos também cobram o cumprimento do cronograma de reassentamento das famílias acordado na última reunião do foro de negociações.
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Adital, 10/09/2007)