O governo considera que os custos estimados pelo consórcio Furnas-Odebrecht para a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), estão altos. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética, estatal) divulgará novo estudo, com custos menores.
Quanto maior o custo, maior a tarifa da energia que será gerada pela usina e cobrada do consumidor. A usina terá capacidade de gerar 1.350 MW (megawatts).
No estudo mais recente, o consórcio Furnas-Odebrecht estimou que a construção da usina custaria R$ 13,5 bilhões, 80% a mais do que o previsto inicialmente (R$ 9,7 bilhões, em abril de 2005). Pesaram no aumento as medidas impostas pelo Ibama para contornar os impactos ambientais da obra. "A EPE fez um estudo e isso está sendo analisado pelo TCU [Tribunal de Contas da União]. Tem de aguardar o TCU se manifestar. Está abaixo do valor da Odebrecht", disse Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.
Em tese, a hidrelétrica de Santo Antônio, uma das mais importantes obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), deveria começar a gerar energia a partir de 2012. O cronograma para execução das obras, no entanto, está apertado. Até agora, o Ministério de Minas e Energia ainda não definiu as diretrizes para a elaboração do edital.
A princípio, o leilão está marcado para 30 de outubro. Para isso acontecer, o edital tem que ser publicado até 30 de setembro. Antes disso, ele tem que ser aprovado pelo TCU. O tribunal ainda está avaliando os cálculos apresentados pela EPE para o custo da obra. Oficialmente, o governo mantém o discurso de que fará o leilão na data prevista. "Acho que é possível, sim. Por enquanto ainda dá", disse Tolmasquim.
(Folha de S.Paulo, 11/09/2007)