Começou no último sábado (02) e vai até o próximo dia 6, a visita da organização italiana não governamental A Sud e da Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic) ao território indígena Wayuú. O objetivo da Missão é verificar a situação atual desse povo que sofre com a presença da represa de Ranchería na região, os estragos do maior complexo carbonífero a céu aberto do mundo - o Cerrejón; os deslocados em Santa Marta e Dibulla; e as mulheres Wayuú recicladoras, como elas trabalham a exploração de sal, mas sobretudo como resistem ao cerco paramilitar.
Ao chegar a capital Bogotá, a Missão se encontrará com outras organizações de defesa dos direitos humanos e com o embaixador italiano no país, Antonio Tarelli. O embaixador assistirá à apresentação de uma reportagem sobre a gravíssima situação na que se encontram os povos indígenas na Colômbia.
Nele serão apontados os riscos e dificuldades relacionados aos projetos de cooperação que se realizam em condições de dificuldade com um país em guerra há mais de quarenta anos e que faz das classes sociais mais vulneráveis, em especial povos indígenas, camponeses e afro-descendentes, suas principais vítimas.
"Como só não podemos, necessitamos seguir tecendo a diplomacia indígena, com quem desde o respeito pelas diferenças tece resistência, portanto caminha conosco o deserto rico dos Wayuú", disse o comunicado de imprensa da Onic.
A visita da Missão ao país terminará com uma roda de imprensa na sede da Onic em Bogotá, no dia 7 de setembro a partir das 9 horas. Durante o evento serão apresentados as denúncias recolhidas na viagem e o livro "Desde o Deserto: notas sobre paramilitares e violência no território Wayuú da Meia Guajira", o qual será exposto aos representantes dos meios de informação e comunicação.
(
Adital, 03/09/2007)