O Equador planeja renegociar um contrato com a Petrobras por conta da disputa de um campo petrolífero, afirmou no domingo (09/09) o presidente equatoriano, Rafael Correa, numa emissora de televisão local.
Uma comissão do governo equatoriano questionou, em julho, o desenvolvimento pela Petrobras do campo de Palo Azul, que produz 35 mil barris de petróleo por dia e cuja propriedade está em disputa. A comissão pediu o cancelamento do contrato com a estatal brasileira.
"Há um erro. Este não é um campo integrado e logo a Petrobras não poderia se instalar nele, temos que renegociar este contrato", afirmou Correa numa entrevista para a TV.
Correa disse ainda que Palo Azul foi passado à Petrobras como campo compartilhado, o que significa que a empresa brasileira divide o petróleo da área principal com a Petroecuador, petrolífera estatal equatoriana que possui um bloco adjacente.
"Acontece que são duas bacias diferentes", afirmou o presidente do Equador.
Representantes da Petrobras não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. A companhia nega ter agido de forma incorreta em Palo Azul.
A Petrobras é uma das empresas que mais investe no país e no Equador extrai a maior parte do petróleo em Palo Azul.
Correa, ex-ministro de esquerda da Economia, se comprometeu a renegociar os contratos petrolíferos estrangeiros para aumentar o faturamento vindo do petróleo do endividado Estado.
O Equador enfrenta ainda uma queixa da Occidental Petroleum, que cancelou seu contrato logo depois que o governo do país acusou a empresa norte-americana de transferir ilegalmente parte de um bloco petrolífero.
A Occidental nega as acusações e pede a devolução de seus ativos e uma indenização de 1 bilhão de dólares.
(
Reuters, 10/09/2007)