Energia alternativa supera grandes hidrelétricas
2007-09-11
A soma da energia gerada pelos projetos de desenvolvimento limpo (MDL) de acordo com o Protocolo de Quioto já colocaria esses empreendimentos como a quinta maior hidrelétrica do País, atrás apenas de Itaipu, Tucuruí, Ilha Solteira e Xingó. Os projetos de MDL já aprovados pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC) somam 2.656,02 MW de capacidade instalada, superior aos 2.460 MW gerados pela hidrelétrica de Paulo Afonso e quase um terço dos 9.022 MW de Itaipu.
O predomínio dessa energia vem da cogeração de biomassa, com 1.389,3 MW, seguida de pequenas centrais hidrelétricas, com 507,2 MW, e de usinas eólicas, com 334,2MW. A geração de energia lidera o MDL no Brasil, com 141 dos 234 projetos já apresentados, e só perde em redução de emissões de gases que provocam o aquecimento global para os aterros sanitários, que evitam a liberação de gás metano, 21 vezes mais agressivo que o gás carbônico, predominante nos empreendimentos energéticos.
Além de gerar energia mais limpa, menos agressiva ao meio ambiente, os projetos de MDL representam uma renda adicional para as empresas. Os 141 projetos já acumulam créditos de carbono equivalentes a 59,7 milhões de toneladas de emissão evitada de CO2. Cada tonelada de carbono tem hoje um preço em torno de 15 euros, o que representa um rendimento de R$ 2,32 bilhões.
A geração de energia a partir da biomassa (bagaço de cana, resíduo de madeira, entre outros) lidera com 52% dos projetos, seguida das pequenas centrais elétricas, com 19% e das usinas eólicas, com 13%. O restante dos projetos divide-se entre hidrelétricas e usinas de biogás.
(DiárioNet, 10/09/2007)