O presidente da EBX, Eike Batista, afirmou hoje que a holding tem interesse em explorar urânio no Brasil, caso o governo autorize a entrada de empresas privadas no setor. Batista frisou que o Brasil domina praticamente todo o ciclo de enriquecimento do minério e possui a quarta reserva mundial do produto, que sofreu expressiva alta nos mercados internacionais nos últimos meses. No Brasil, a lavra de urânio é monopólio estatal e está nas mãos das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
" Não tem jeito. O Brasil vai ter que investir na energia nuclear, pois nós consumimos muita energia " , ressaltou o empresário, que participou hoje do seminário " O Rio respira negócios " , sobre os investimentos de grande porte previstos para estado nos próximos anos.
Batista admitiu que o custo de implantação de uma usina nuclear é mais elevado do que das térmicas, porém os gastos operacionais são muito baixos. Segundo ele, o atual momento de grande liquidez mundial e juros baixos facilitaria a amortização dos empreendimentos em 30 ou 40 anos, diluindo o custo inicial. O presidente da EBX também ressaltou a segurança dessas usinas, bem como a possibilidade de montá-las perto de centros consumidores, reduzindo assim o custo de transmissão, fator de encarecimento dos projetos hidrelétricos.
O empresário disse também que o empreendimento de Porto de Açu, no norte fluminense, terá uma termelétrica a carvão capaz de gerar 1.400 MW já na primeira fase de desenvolvimento do projeto. A expectativa é que essa usina esteja pronta em 2011. Para a segunda fase, quando está prevista a geração de outros 4.000 MW, Batista informou que a fonte combustível para térmica - carvão ou gás - será definida no futuro.
" Os primeiros 1.400 MW terão como base o carvão, com uma tecnologia limpa de queima, ou com um processo de gaseificação do produto. Para os outros 4.000 MW, o combustível ainda está em definição " , explicou o empresário.
(Por Rafael Rosas,
Valor Online, 10/09/2007)