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segurança alimentar
2007-09-11
Problemas climáticos complicam as colheitas e elevam o preço dos alimentos na China. As autoridades temem que a inflação sem controle desperte protestos sociais às vésperas do Congresso do Partido Comunista no próximo mês. O esforço para deter a espiral de alta dos alimentos por meio do aumento da oferta se vê entorpecido pela mudança climática, que se expressa em uma persistente seca e ameaça os resultados das colheitas. “Enfrentamos uma situação grave”, disse o presidente da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma, Ma Kai.

O funcionário advertiu que o aquecimento global afeta a disponibilidade de terras para cultivo, cuja superfície já estava diminuindo neste país, e coloca em risco a crucial política de segurança alimentar. Mais de 11 milhões de hectares cultiváveis sofreram secas este ano, isto é, 2,14 milhões a mais do que a média dos últimos anos, disse Ma Kai em um informe ao Congresso Nacional do Povo, o parlamento chinês. Com seus 1,3 bilhão de habitantes, um quinto da população mundial, a China está habituada a enfrentar escassez de recursos e nos últimos anos conseguiu uma sucessão de abundantes colheitas.

Entretanto, as autoridades agora temem que o efeito combinado da mudança climática e da pressão inflacionaria altere os ânimos do público quando se aproxima o 17º Congresso do Partido Comunista, que se reúne a cada cinco anos para definir o rumo político do país e selar a sorte dos máximos dirigentes. A seca afeta 22 das 31 províncias chinesas, um problema que se verá exacerbado pelo aquecimento global, advertem meteorologistas. Um aumento de um grau na temperatura pode elevar a evaporação da umidade do solo em 7%, acrescentam.

A maioria dos cientistas atribui a mudança climática ao acúmulo na atmosfera de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, do qual a China é uma importante contribuinte, especialmente pela geração elétrica que depende em grande parte do carvão. O presidente do serviço meteorológico estatal, Zheng Guogan, previu que a colheita anual de grãos cairá 10% por causa do aquecimento global. Isto representa queda de 50 milhões de toneladas de cereais, o que poderia disparar ainda mais a inflação.

“Considerando a limitada oferta de alimentos no mercado internacional, uma baixa na produção doméstica pode causar mais aumentos de preços”, disse ao jornal China Daily o vice-presidente da Associação Nacional de Grãos, Song Tingmin. O encarecimento dos alimentos fez o índice de preços ao consumidor registrar aumento de 5,6% em julho, o maior em uma década e muito acima da meta oficial de 3% ao ano. Economistas dizem que o aumento foi ainda maior em agosto, devido à alta no preço da carne de porco.

O impacto social da inflação não escapa da atenção do governo. As autoridades recordam que o movimento democrático que em 1989 lançou nas ruas milhares de estudantes, intelectuais e operários, e que terminou com o massacre da praza Tiananmen, foi alimentado pelo descontentamento da população com a carestia. No passado a China teria recorrido a maiores importações de alimentos, porém esta estratégia não é considerada viável devido aos altos preços no mercado internacional.

O governo mencionou a necessidade de “estabilizar as expectativas inflacionarias” e ordenou ao Banco Central elevar a taxa de juros pela quarta vez no ano. As autoridades tentam incrementar a produção agrícola, oferecendo subsídios aos criadores de suínos, chave na dieta deste país, e avaliam a opção por vegetais mais resistentes à seca, como as batatas, por exemplo. O primeiro-ministro, Wen Jiabao, advertiu que as contínuas altas são uma ameaça para a estabilidade social e fez uma - bastante divulgada – visita a fazendas agropecuárias e mercados agrícolas, para mostrar ao público sua preocupação.

Em agosto Pequim determinou aos governos locais que controlassem os produtores, atacadistas e varejistas de alimentos para detectar manobras de preços. O sinal mais recente de preocupação foi dado este mês pelo Ministério da Educação, que determinou às universidades que subsidiem os alunos mais necessitados e garantam a estabilidade de preços nos restaurantes estudantis. “Temos a esperança de que os universitários compreendam as flutuações nos preços dos alimentos’, disse no último dia 4 o porta-voz do ministério, Wang Xuming.

Analistas atribuem a inflação desmedida à remoção do ministro das Finanças, Jin Renqing, no final de agosto, um de vários funcionários exonerados antes da reunião do Congresso do Partido Comunista, previsto para 15 de outubro, quando o presidente, Hu Jintao, tentará consolidar seu projeto de “sociedade harmônica” e “políticas justas” designando seu sucessor.
(Por Antoaneta Bezlova, IPS/IFEJ, 10/09/2007)


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