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etanol
2007-09-10

A já competitiva produção brasileira de etanol pode ganhar novo impulso a partir de uma parceria entre o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a dinamarquesa Novozymes, líder mundial na produção de enzimas industriais. A assinatura do acordo está marcada para esta semana durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos países nórdicos e visa à cooperação para transformação do bagaço de cana em etanol.

O Brasil produz etanol a partir do caldo da cana e estudos apontam que o aproveitamento do bagaço e da palha poderiam elevar a produção em 40% sem ampliação da área plantada.

Os países do norte europeu demonstram interesse crescente em fontes renováveis de energia. E até mesmo nações auto-suficientes em energia, como Noruega e Dinamarca, apostam em parcerias com o Brasil – pioneiro na produção de biocombustíveis. “Há uma área grande de cooperação não só na exportação do etanol, mas também na área de cooperação tecnológica para produção de etanol de segunda geração”, avalia Rodrigo de Azeredo Santos, chefe da Divisão de Programas de Promoção Comercial do Itamaraty.

Os combustíveis fósseis são a principal fonte emissora de gases de efeito estufa, o que levou a União Européia a fixar duas metas importantes: adicionar 5,7% de etanol à gasolina até 2010 e substituir por energias renováveis 10% de todo o combustível utilizado até 2020 – hoje, a participação é de apenas 1%. As metas são ainda mais rigorosas em alguns dos países que serão visitados pelo presidente Lula de hoje (10/09) a sexta-feira (14/09).

A Dinamarca, por exemplo - que tem cerca de 20 plataformas de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte e é auto-suficiente desde 1997 - quer substituir 33% da energia fóssil por energias renováveis até 2015. O país já investe em energia eólica e quer desenvolver parceria com o Brasil na área de biocombustíveis, segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, chefe do Departamento da Europa do Itamaraty, “Eles têm muito interesse em cooperar com o Brasil nesta área e há bastante campo para associação”, afirma.

Além da parceria entre CTC e Novozymes, Brasil e Dinamarca devem assinar acordo para troca de experiências e incentivo à pesquisa conjunta na área de energias renováveis. “A Dinamarca tem interesse em desenvolver, com o Brasil, a produção de etanol de segunda geração a partir de bagaço de cana, já há uma cooperação iniciada nesse sentido”, revela a embaixadora.

Outro país que estabeleceu metas para redução de emissão de gases de efeito estufa é a Suécia. O governo sueco determinou que até 2020 todos os automóveis em circulação no país utilizem combustíveis renováveis. O país possui a maior frota de carros flexfuel da Europa e defende a adoção, pela União Européia, de tarifa zero para importação de etanol. Entre os quatro países que serão visitados pelo presidente Lula, é o que mais importa etanol brasileiro. “Eles já produzem etanol a partir de trigo e cevada, mas consideram o etanol brasileiro, produzido a partir da cana de açúcar, mais eficiente em todos os sentidos”, explica Maria Edileuza.

As perspectivas vão além do aumento das vendas brasileiras de etanol. Brasil e Suécia pretendem promover, em parceria, a produção de biocombustíveis em terceiros países. Acordo nesse sentido será assinado durante a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país. O documento que será firmado entre os dois países visa, ainda, a ampliação do mercado internacional de biocombustíveis e cooperação na padronização do etanol. “Temos uma cooperação muito promissora na área de biocombustíveis”, avalia a embaixadora.

Com a Finlândia, o governo brasileiro deve assinar memorando de entendimento na área de mecanismos de desenvolvimento limpo do Protocolo de Quioto. O acordo, ainda em negociação, visa a facilitar a negociação de créditos de carbono, a cooperação na disseminação de fontes limpas de energia. Em nível empresarial, a embaixadora informa que já há entendimentos entre a Petrobras e Neste Oil na área de bioenergia.

Também há perspectivas futuras de produção, no Brasil, de biodiesel de celulose. Recentemente, a Neste Oil e a sueco-finlandesa Stora Enso anunciaram a construção de uma usina experimental, na Finlândia, para produção de biodiesel a partir de matéria celulósica atualmente descartada na exploração industrial de florestas, como lascas, tocos e árvores pequenas. Há projetos de novas usinas na Finlândia e no exterior – de acordo com o Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, a China e o Brasil são apontados pela Stora Enso como localidades ideais para tais usinas.

As empresas norueguesas também estão de olho no potencial brasileiro. Em março deste ano, um grupo de investidores noruegueses, entre eles a exploradora de petróleo e gás natural Norse Energy, firmou parceria com o grupo Albertina, de Sertãozinho (SP), para expandir os negócios nas áreas de produção de açúcar e álcool no Brasil. A associação deu origem à empresa Biofuel AS, que tem o controle acionário da Destilaria Paranapanema, em Presidente Prudente (SP), e pretende investir US$ 240 milhões na construção de nova unidade de produção na mesma região.

De acordo com o Itamaraty, durante a visita do presidente Lula à Noruega é possível que a Petrobras e a petrolífera StatOil firmem parceria na área de biocombustíveis – as duas empresas já atuam em conjunto na área de prospecção nos dois países. Não está prevista assinatura de acordo sobre fontes limpas de energia entre os governos brasileiro e norueguês, mas a embaixadora Maria Edileuza assegura que há interesse na área. “É um país mais do que auto-suficiente em energia, mas se preocupa muito em desenvolver, em parceria conosco, a área de biocombustíveis à luz, sobretudo, da redução da emissão de gases de efeito estufa”, afirma.

A Noruega é o terceiro maior exportador de petróleo do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita e da Rússia. É o único dos quatro países que serão visitados pelo presidente Lula que não é membro pleno da União Européia e, portanto, não está obrigado às metas de adição de etanol à gasolina e substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis.

(Por Mylena Fiori, Agência Brasil, 10/09/2007)


 


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