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emissões de gases-estufa
2007-09-10

Apesar de agora manifestar vontade de participar de um regime controlado pela Organização das Nações Unidas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, os Estados Unidos continuam se opondo ao estabelecimento de tetos obrigatórios. Harlan Watson, alto negociador climático do governo norte-americano, disse à IPS em Viena que seu governo vai implementar “um programa nacional para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa”. Mas acrescentou, “não aceitaremos um regime internacional obrigatório de limite máximo para as emissões” como o estabelecido em 1997 pelo Protocolo de Kyoto, vigentes desde 2005.

Os Estados Unidos são os maiores produtores mundial desses gases, mas Washington retirou sua assinatura do Protocolo de Kyoto, que obriga as nações industrializadas a reduzirem em 5% essas emissões até 2012 em relação aos níveis de 1990. O Protocolo não estabelece objetivos de redução ou contenção para economias emergentes, com China e Índia, cujas emissões também são consideráveis e aumentam na medida em que sua produção industrial cresce a passos gigantescos. Watson encabeçou em Viena a delegação norte-americana na rodada de conversações entre partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizadas entre 27 e 31 de agosto. O Protocolo de Kyoto é parte dessa convenção.

A reunião na capital austríaca foi preparatória para a conferência das partes que acontecerá em dezembro na ilha de Bali, na Indonésia. Nessa oportunidade, todos os países discutirão novos compromissos internacionais sobre redução de emissões correspondentes ao período posterior a 2012, quando expirar o Protocolo de Kyoto. Com emissão média de 19,7 toneladas de dióxido de carbono por pessoa em 2004, e bem mais de sete bilhões de toneladas no total, os Estados Unidos são responsáveis por 25% dos gases causadores do efeito estufa lançados na atmosfera. Em contraste, a China, segundo maior emissor, produz apenas 3,7 toneladas por pessoa.

Porém, Watson disse que, mesmo sem cumprir o Protocolo de Kyoto, o governo norte-americano “está bem encaminhado para o cumprimento dos objetivos fixados em 2002 para reduzir em 18% a intensidade das emissões até 2012”. E assegurou que, “somente em 2005, a intensidade das emissões de gases que provocam o efeito estufa caiu 2,5%, muito mais rapidamente do que a média, de 1,9%, em relação ao período 1990-2005”. O fato de Watson reconhecer que Washington não pretende aceitar um regime internacional obrigatório de teto máximo para as emissões confirma diversas acusações feitas por organizações ambientalistas.

Segundo elas, o convite feito pelo governo norte-americano às principais economias mundiais para uma mesa redonda sobre novas reduções das emissões não passa de uma farsa. No dia 31 de maio, e sob forte pressão internacional para aceitar a realidade da mudança climática e suas origens na atividade humana, o presidente George W. Bush convidou os chefes de Estado e de governo de 16 importantes economias para se reunirem em Washington nos dias 27 e 28 deste mês. Bush propôs a reunião “para um trabalho conjunto a fim de alcançar os objetivos comuns de reduzir as emissões globais de gases causadores do efeito estufa, aumentando a segurança e a eficiência energéticas e sustentando o crescimento econômico”.

Depois, na cúpula do Grupo dos Oito países mais poderosos realizada de 6 a 8 de junho na cidade alemã de Heiligendamm, Bush obteve apoio dos outros líderes do G-8. Entre os 16 países convidados para a reunião de Washington figuram as principais nações industrializadas (Alemanha, Austrália, Canadá, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) e as maiores economias emergentes (Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México e África do Sul). O presidente norte-americano também convidou a Rússia, delegados da ONU e representantes da União Européia.

Segundo Watson, impedir que o aquecimento global piore e preservar o clima da Terra requer “reduções tremendas” das emissões, isto é, “bem acima dos 50%, em vários países, não apenas nos industrializados, mas também nas nações em desenvolvimento”. A evidência científica sugere que para limitar o aumento médio das temperaturas globais em dois graus até 2050 será necessário manter as concentrações atmosféricas de gases que provocam o efeito estufa, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, abaixo de 450 partes por milhão, ou menos. Isto significa uma redução das emissões globais de, pelo menos, 50% até 2050.

Watson negou que os Estados Unidos se enfrentem com outros países ao negar-se a aceitar tetos obrigatórios para essas emissões. “Na realidade, há muito mais unindo Europa e Estados Unidos do que nos separando”, afirmou. A União Européia estabeleceu um objetivo de reduzir, no mínimo, em 20% as suas emissões até 20209. Para isto, o bloco iniciou numerosas estratégias, desde reduzir as emissões geradas por automóveis até apoiar o uso de fontes renováveis de energia.

Algumas organizações ambientais dizem que a posição dos Estados Unidos mudou apenas quanto à retórica. “Watson foi muito conciliador”, disse Hans Verolme, especialista em matéria de clima do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Mas, ao mesmo tempo, Washington se nega a assumir compromissos claros sobre a redução de emissões, afirmou. “A Europa claramente se comprometeu nesse sentido. Gostaria que os Estados Unidos” também o fizesse, disse Verolme à IPS.

(Por Julio Godoy, da IPS/Envolverde, 06/09/2007)


19:21 9/9/2007


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