Nos próximos 30
anos, a mudança climática fará com que até 200 milhões de pessoas sejam
forçadas a deixar o local onde vivem, alertou uma organização ambiental. Segundo a ONG, até 2020, os processos de desertificação expulsarão
de suas casas 135 milhões de pessoas - 60 milhões delas na África.
O alerta foi feito
pela Ecologistas em Ação, com sede em Madri, durante um evento paralelo à
Cúpula contra a Desertificação, que se realiza na capital espanhola. Para a
ONG, é preciso "revisar urgentemente o conceito jurídico de refugiado para
poder ampliá-lo a novas realidades sociais".
"A
regulamentação do chamado 'refugiado ambiental' é imprescindível para preencher
uma lacuna jurídica e proporcionar proteção jurídica ao número cada vez maior
de pessoas deslocadas por razões ambientais." A discussão sobre os
chamados refugiados ambientais ocorre dentro da própria Organização das Nações
Unidas (ONU), que hoje define como refugiados somente aqueles que são forçadas
a deixar suas casas por causa de distúrbios políticos ou sociais.
Mas a própria
entidade reconhece que cada vez mais pessoas são deslocadas por problemas
ambientais, como o esgotamento do solo e a desertificação, ou por efeitos
desses processos, como enchentes e outros desastres naturais.
A organização
Ecologistas em Ação criticou nações que reforçam suas fronteiras nacionais
contra a imigração, adotando o que considera "políticas migratórias que
violam sistematicamente os direitos humanos e descumprem a Convenção de Genebra
sobre o Estatuto dos Refugiados". Para a entidade, governos e empresas
devem conter a exploração indiscriminada de recursos naturais dos países
pobres, que gerariam a perda de florestas, a degradação dos bosques nativos e a
mudança no curso dos rios.
(BBC, 09/09/2007)