Na sessão plenária da Assembléia Legislativa de quinta-feira (06/09), as demissões da Emater centralizaram os debates. O deputado Edson Brum (PMDB) deu início às discussões dizendo estar clara a falta de critérios na demissão dos 400 servidores da Emater. Brum repudiou não terem utilizado a avaliação de desempenho feita anualmente pela empresa. “A responsabilidade pelo desmonte da Emater é da sua diretoria que tem de fazer as avaliações e gerir os recursos”, afirmou. Brum ressaltou preocupação com o futuro da extensão rural no Estado e desafiou seu colega parlamentar, deputado Jerônimo Goergen (PP), para esclarecimentos, já que a diretoria da Emater é indicação de seu partido.
O deputado Jerônimo Goergen (PP) analisou que o debate sobre as demissões na Emater é duro e comentou que existe uma panfletagem de deputados em cima de uma situação que atinge centenas de servidores na empresa. “O deputado Edson Brum vota com o governo e depois o critica. Quando seu partido dirigiu a empresa não foi feito o saneamento das dívidas. Assumam responsabilidades”, desafiou. Goergen apelou para evitar o discurso fácil e eleitoral, sugerindo a apresentação de propostas concretas na solução da situação.
O deputado Elvino Bohn Gass (PT) classificou de "golpe na Emater" as demissões ocorridas na empresa. “Uma política equivocada que desmontará a assistência técnica destina à extensão rural no Rio Grande do Sul". Ele lembrou que a Emater faz parte da história deste Estado, essencialmente agrícola. "O governo está fazendo cortes, economia com aqueles que produzem a comida da população. Quero a lista dos demitidos. Não aceitaremos critérios de apadrinhamento político e trataremos de uma audiência imediata com a governadora para que suspenda as demissões”, garantiu.
O deputado Nelson Marchezan Jr (PSDB) enfatizou que a crise do Estado não é de hoje e defendeu as medidas adotadas pelo Executivo. “O Estado não possui recursos para repassar à Emater. Se existissem, não haveria uma dívida com o fundo de aposentadoria dos funcionários acumulada em R$ 24 milhões nos últimos anos, inclusive no governo Olívio Dutra, que não fez os repasses necessários para o fundo”. Ressaltou também que a média de repasses do governo federal para cada Emater no País é de 8%, enquanto que para o RS é de 4%.
(Por Rejane Silva, Agência de Notícias AL-RS, 06/09/2007)