As empresas públicas e privadas que tenham projetos inovadores em áreas estratégicas para o país, como na de biocombustíveis, de equipamentos de acesso à TV digital e na fabricação de medicamentos de combate a doenças como hanseníase e tuberculose, poderão dispor de recursos para o desenvolvimentos dos seus projetos.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, lançou uma nova linha de financiamento no valor de R$ 450 milhões. O dinheiro será destinado às instituições interessadas e é não-reembolsável, ou seja, as empresas que se qualificarem não terão que devolver os recursos.
O diretor de Inovação da Finep, Eduardo Costa, disse que o objetivo do novo serviço é estimular a realização de pesquisas nas próprias empresas, ampliando o espaço para a atuação de pesquisadores. "O que acontece no Brasil é que o mercado de trabalho dos pesquisadores até agora foi praticamente nas universidades e institutos de pesquisas, e nós temos que partir para a tendência dos países mais desenvolvidos, em que boa parte das pesquisas é realizada na própria empresa", explicou Costa em entrevista à Radiobras.
O projeto de financiamento propõe que a própria empresa contrate pesquisadores graduados e façam acordos com universidades. "Será uma oportunidade para as empresas desenvolverem a sua inovação", acrescentou.
A Finep já disponibilizou em seu site (www.finep.gov.br), desde o dia 7 de setembro, o formulário eletrônico para a apresentação das propostas. A lista com os projetos contemplados será divulgada no dia 15 de novembro. As propostas preliminares com um resumo simplificado da pesquisa, segundo informou Costa, devem ser entregues até o dia 24 deste mês.
Todas as empresas selecionadas nesta primeira etapa terão até o dia 22 de outubro para apresentar o projeto final. Desta vez, mais detalhado. O estudo, então, será analisado por consultores externos e representantes da sociedade.
O valor mínimo de recursos não reembolsáveis deverá ser de R$ 500 mil e devem, segundo informou o diretor da Finep, contemplar as despesas que a empresa vai ter nos chamados itens de custeio, ou seja, despesa como contratação de serviço de terceiros e aluguel das instalações e equipamentos.
"A empresa deve entrar, ser for uma pequena empresa, com 25% do total do projeto. É aquilo que a gente chama de contrapartida. Se a empresa for um pouco maior, aí ela tem que entrar com no mínimo de 50% do total do projeto. A gente paga uma parte e a empresa paga uma parte. A idéia do governo é compartilhar com a empresa o risco do desenvolvimento da inovação, que é tão importante para a própria empresa e para o desenvolvimento econômico do país", explicou Eduardo Costa.
Este é o segundo edital para subvenção econômica destinada a empresas inovadoras lançado pela Finep. De acordo com o diretor de Inovação da Finep, Eduardo Costa, no ano passado a instituição disponibilizou R$ 300 milhões com o mesmo objetivo.
"No ano passado, nós recebemos pedidos de projetos das empresas de R$ 2 bilhões, e a gente tinha R$ 300 milhões para contratar. Tínhamos recebido 1.100 projetos e aprovamos 150. Então ficaram 950 projetos que não foram contemplados, ou porque não eram de boa qualidade ou porque o dinheiro não deu. Eu acho que o volume de recursos deve crescer nos próximos anos. R$ 450 milhões é um recurso muito significativo neste momento, mas a tendência é aumentar, porque a competição internacional por produtos cada vez mais inovadores é cruel. Se o sujeito não investir, realmente a possibilidade dele no mercado diminui muito", finalizou.
(Por Ana Paula Marra, Agência Brasil, 09/09/2007)