O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reafirmou neste domingo (09/09) que seu país "não negociará sobre seus direitos", em referência à tecnologia nuclear, enquanto reiterava que as atividades iranianas são pacíficas.
Sua declaração, divulgada pela agência "Irna", coincidiu com outra feita pelo porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores iraniano, Mohamad Ali Hosseini, na qual advertia que Teerã "reconsiderará sua cooperação com a AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] se for adotada uma nova resolução (com sanções) contra o Irã".
"Os inimigos devem saber de uma vez para sempre que o povo iraniano não renunciará a seu programa nuclear (...), nosso povo defende a lógica e o diálogo, mas não dialogará sobre seus direitos", disse Ahmadinejad.
O líder iraniano estimou a postura da AIEA, assim como a "atitude européia" e dos membros do Movimento de Países não-Alinhados, que "entenderam que as atividades iranianas são pacíficas".
"Só há dois países que não querem compreender esta realidade e acham que podem obrigar o Irã a reconsiderar seus programas" atômicos, acrescentou Ahmadinejad, em aparente alusão aos EUA e ao Reino Unido.
Além disso, acusou "os inimigos" de tentar impor suas opiniões à AIEA e "transformar isso em um instrumento para conseguir os objetivos políticos [de Washington]".
O porta-voz do ministério de Exteriores iraniano também reafirmou que a República Islâmica cooperará com a AIEA, a menos que "seja adotada uma nova resolução (com sanções) contra o Irã" pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Hosseini pediu que o Conselho de Governadores da AIEA apóie "os direitos legítimos" do Irã, e que leve em conta o acordo alcançado em agosto por Teerã e esse organismo internacional para solucionar as "questões pendentes" no caso atômico.
Os EUA, que suspeitam que Teerã esteja desenvolvendo um programa nuclear militar, insiste em que o Irã suspenda todas as atividades de enriquecimento de urânio, como exige o CS.
Em seu último relatório sobre o caso atômico iraniano, a AIEA destacou que o Irã não suspendeu o enriquecimento de urânio, mas que houve um "significativo passo adiante" na cooperação deste país com os inspetores internacionais.
(Efe/Folha online, 09/09/2007)