Líderes da Apec (fórum que reúne economias da Ásia e do Pacífico) decidiram neste sábado (08/09) adotar uma "meta desejável de longo prazo" para a redução dos gases do efeito estufa, segundo o primeiro-ministro australiano, John Howard.
De acordo com ele, os 21 dirigentes reunidos na cúpula de Sydney concordaram que todas as nações, sejam ricas ou pobres, precisam contribuir segundo suas capacidades e circunstâncias para a redução dos gases do efeito estufa.
"Falamos sério sobre lidar de forma sensível, compatível com nossas necessidades econômicas, com o grande desafio da mudança climática", disse Howard ao final do primeiro dia da cúpula da Apec, que termina no domingo. "Isso demonstra a relevância da Apec. Demonstra que a Apec está bastante viva e ativa."
ONGs ambientalistas discordam. "A Declaração de Sydney é realmente apenas uma distração de Sydney em relação à ação real sobre a mudança climática", disse Catehrine Fitzpatrick, que participa de campanhas do Greenpeace sobre energia.
Defensores da declaração dizem que ela cria o cenário para a cúpula climática anual da ONU, marcada para dezembro em Bali, na Indonésia, quando os participantes devem começar a discutir um tratado que suceda o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
A declaração foi vista como um compromisso entre os países ricos e pobres da Apec, que junto respondem por cerca de 60 por cento da economia mundial.
O texto de Sydney defende um objetivo global que evitaria "a perigosa interferência humana no sistema climático".
"O mundo preciso reduzir, parar e até reverter o crescimento das emissões globais de gases do efeito estufa", diz a declaração.
Países em desenvolvimento, liderados por China e Indonésia, são contra termos que levem a metas compulsórias, pois temem que isso prejudique seu crescimento econômico. Eles argumentam que os países desenvolvidos deveriam assumir mais responsabilidades no combate à mudança climática.
(Por Jalil Hamid, Reutes, O Globo, 08/09/2007)