O Ministério da Agricultura quer implantar um projeto piloto de carne orgânica no Rio Grande do Sul, a exemplo do que já é feito no Mato Grosso. Segundo a coordenadora do programa Pró-Orgânico no Estado, Ângela Escosteghy, a intenção é identificar produtores interessados em atender à demanda crescente do mercado europeu, hoje abastecido, principalmente, por Argentina e Austrália. O assunto foi tratado em uma reunião da Comissão Estadual de Produção Orgânica na semana passada. O encontro integrou agenda comemorativa programada pelo Mapa.
Ângela ressalta que não há cronograma para o projeto, ainda em fase de elaboração. 'Primeiro, temos que encontrar produtores interessados', explica. O atrativo está no crescimento médio de 10% na produção mundial de carne orgânica e nos preços até 30% acima do produto convencional. Há também o apelo ambiental e nutricional, acrescenta a coordenadora. Segundo ela, a carne deve atender a três pré-requisitos: ser livre de produtos químicos sintéticos (carrapaticidas, vermífugos e antibióticos), preservar o meio ambiente e estar inserido em um contexto social de produção. 'O animal é criado dentro de princípios preventivos e não curativos, com manejo de pastagens para evitar pragas, proibição do confinamento, o que evita o estresse, e abate humanitário, com dessensibilização', revela. Conforme a coordenadora, é um sistema voltado a raças rústicas.
A intenção de produzir carne orgânica em escala comercial no Estado é mais um avanço do Pró-Orgânico, que, este ano, realiza feiras semanais às quartas-feiras, no saguão da sede estadual do Ministério da Agricultura.
Em outubro, o programa promoverá a segunda edição do curso sobre agricultura orgânica e, em novembro, uma programação especial para a Semana Orgânica, que este ano deverá privilegiar a área de educação em escolas. Segundo a coordenadora, o Rio Grande do Sul tem hoje quatro pólos fortes de produção orgânica: Litoral Norte, Serra, Pelotas e Santa Vitória do Palmar.
(Correio do Povo, 08/09/2007)