O secretário nacional de Planejamento e Desenvolvimento Energético do governo federal, Márcio Zimmermann, declarou nesta semana, em Porto Alegre, que o maior desafio é continuar o processo de licenciamento de mais usinas hidrelétricas no país, desde que sejam atendidas as exigências ambientais. 'Queremos manter a matriz renovável brasileira, que é ímpar no mundo. Aqui, temos 80% de energias renováveis, enquanto que em outros países esse percentual é de energias não-renováveis.' Zimmermann esteve reunido com empresários gaúchos, em um encontro promovido pela Câmara Americana (Amcham-Porto Alegre) no Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos. Segundo o secretário, a situação do setor energético brasileiro não permite que se pense em problemas ou em qualquer racionamento de energia.
'Vivemos um equilíbrio estrutural e mantendo o sistema de leilões, com o objetivo de evitar que a população brasileira enfrente uma situação como a que ocorreu em 2001 e 2002. As flutuações que existem no mercado livre são naturais, mas não significam que existam problemas estruturais.' Zimmermann também aposta no crescimento da integração energética na América do Sul, a exemplo do que ocorre na Europa. 'A tendência de ampliar essa parceria é muito forte, dentro de lógicas técnicas e econômicas', afirmou. Ele revelou ainda que, no final do ano, um encontro de representantes dos Ministério de Energia dos países do continente vão debater a possibilidade de criação de um amplo tratado energético.
O presidente do Comitê de Energia da Amcham, engenheiro Luis Schneider, defendeu a manutenção de um ambiente de negócios saudável no país e revelou a preocupação da entidade com a possibilidade de desabastecimento de energia dentro de poucos anos. 'Cada vez mais ficamos dependentes de chuvas e esse risco cresce. Ninguém quer afirmar que faltará energia, mas podemos dizer que esse risco tende a aumentar.' Schneider informou que a entidade pretende assumir o papel de alertar para a necessidade de opções.
(Correio do Povo, 08/09/2007)