Quase 5 mil pessoas de 60 entidades e movimentos sociais participaram hoje (07/09), na capital paulista, do 13º Grito dos Excluídos, segundo os organizadores. A manifestação começou com uma concentração na praça da Sé, na região central, de onde os manifestantes seguiram em caminhada até a praça do Monumento, no Museu do Ipiranga.
O lema do protesto (Isto não Vale: queremos participação do destino da nação) foi um protesto contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, realizada há dez anos e questionada atualmente por um plebiscito popular que termina domingo.
Segundo o coordenador da Pastoral Operária da cidade de São Paulo, uma das organizadoras do ato, Paulo César Pedrini, o objetivo é mostrar a necessidade da busca de saídas para a falta de políticas públicas que atendam as necessidades básicas da parcela da população que ainda é excluída. “Há tanta gente excluída da saúde, da moradia, da educação, da terra, do emprego... O que nos faz vir para a rua é ter uma sociedade mais justa para todos”.
De acordo com a coordenadora nacional do plebiscito em São Paulo, Fátima Cristina Sandalhel, os objetivos centrais são informar a população sobre o processo de privatização da Vale, a dívida externa, a energia e as reformas da Previdência e Trabalhista, além de cobrar uma posição do governo sobre o leilão da Vale.
“Queremos pressionar o governo para que ele se posicione com relação ao leilão fraudulento da Vale do Rio Doce. Pretendemos mobilizar a população para cobrar uma posição do governo, que não está correspondendo às expectativas do povo", disse a coordenadora. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que o governo não discute esse assunto.
O plebiscito está ocorrendo desde o dia 1º de setembro, com urnas espalhadas em diversos pontos do país. A organização espera conseguir até hoje a participação de 5 milhões de brasileiros para requerer a anulação da privatização. Segundo Sandalhel, já foram distribuídas mais de 3 milhões de cédulas e informativos só no estado de São Paulo. “Isso dá conta do que é essa mobilização que estamos fazendo em torno desse assunto”.
Ela informou que o resultado será entregue ao presidente Lula e uma "grande manifestação" será realizada.
(Por Flávia Albuquerque, Agência Brasil, 07/09/2007)