O Rio Grande do Sul é um dos três Estados brasileiros escolhidos pela multinacional Monsanto para os testes com uma nova tecnologia de soja transgênica. É o grão resistente não apenas ao herbicida glifosato, mas também à incidência de insetos como a lagarta da soja.
A empresa anunciou, em São Paulo, investimentos de US$ 28 milhões para avançar nas pesquisas com a soja Roundup Ready2Yield, que vêm sendo desenvolvidas há sete anos. Os testes a campo, já autorizados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), serão iniciados em novas estações de pesquisa que serão instaladas no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Tocantins. O presidente da Monsanto do Brasil, Alfonso Alba, informou que o município gaúcho ainda não foi definido, o que deve ocorrer nos próximos meses.
- Existe a possibilidade de ampliarmos a área experimental que já temos em Não-Me-Toque - admitiu André Franco, diretor responsável pela área de soja da empresa.
Ainda não há previsão de quando deve ser iniciada a comercialização da nova soja, mas o período de pesquisas deve demorar pelo menos cinco anos. Os diretores da empresa garantem que o clima atualmente é mais favorável à liberação dos transgênicos no Brasil.
A multinacional calcula que 99% da safra gaúcha e 51% da área plantada com soja no Brasil tenham utilizado sementes geneticamente modificadas no período 2006/2007. No Rio Grande do Sul, de acordo com a empresa, está avançando o uso de sementes certificadas entre os produtores rurais.
- Esse percentual, que hoje está em 18%, deverá alcançar 35% na próxima safra - ressaltou Franco.
O presidente da Monsanto destacou que a nova soja transgênica foi criada para substituir a tecnologia atual da Roundup Ready. A principal inovação é o acréscimo da resistência à lagarta da soja. A inovação, que junta a RR à tecnologia Bt, é a primeira a ser desenvolvida para mercados externos aos Estados Unidos, com ênfase na América do Sul devido à maior incidência dessa praga.
A pragaA lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) é considerada pelos técnicos a principal praga desfolhadora da cultura e ataca a planta em todos os seus estágios. Os prejuízos causados pela praga, segundo estimativas da Monsanto, chegam a US$ 300 milhões ao ano no Brasil. Ainda segundo cálculos da multinacional, atualmente, o custo para o controle da lagarta da soja é de US$ 14 por hectare (média/ano).
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Zero Hora, 06/09/2007)