O desenvolvimento dos biocombustíveis na América Latina representa para os EUA uma possibilidade de explorar um "eixo positivo" que amplie laços com aliados na região, paralelamente a questões de comércio e combate ao narcotráfico, disse na quarta-feira o democrata Eliot Engel, presidente da subcomissão de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados dos EUA.
Em discurso na conferência anual da Corporação Andina de Fomento (CAF), em Washington, ele disse que o tema energético será prioridade na política externa norte-americana.
Disse que o Brasil é o sócio "correto" para desenvolver o mercado de biocombustíveis na região, e que alguns produtores de petróleo, como a Venezuela, estariam usando o dinheiro arrecadado com essa atividade para "minar a estabilidade" e a democracia na região.
"Os Estados Unidos consomem 21 milhões de barris [de petróleo] por dia, e o consumo está aumentando", disse Engel no evento. "É hora de diversificar nossas fontes de energia", afirmou.
Engel acrescentou que os biocombustíveis, como o etanol, seriam uma alternativa à produção de coca em países como Peru e Colômbia, e que por isso a cooperação anunciada em março com o Brasil representa uma grande aposta para levar a produção de biocombustíveis a outros países.
Os governos Lula e Bush já anunciaram iniciativas para desenvolver o setor dos combustíveis alternativos na República Dominicana, em El Salvador, no Haiti e em Saint Kitts-Nevis.
Brasil e Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de etanol à base de cana e de milho, respectivamente.
Engel afirmou ainda que, junto com o Brasil, o México e o Canadá também são sócios-chave dos EUA no hemisfério, pois são vizinhos diretos e também importantes fornecedores de petróleo.
(Por Adriana Garcia,
Reuters, 05/09/2007)