Controlada nos meses de frio rigoroso deste ano, a dengue volta a preocupar o Estado com a chegada das altas temperaturas. Com o calor, os ovos do Aedes aegypti passam a eclodir e trazem a ameaça de uma nova epidemia em território gaúcho.
Em abril, o primeiro caso autóctone – adquirida dentro do Estado – da doença foi registrado em Giruá. No total, foram confirmados 264 casos autóctones. Nos outros 104 casos, foi constatado que a doença veio importada de outros pontos do país. Ainda há 129 ocorrências em investigação.
De acordo com o meteorologista Leandro Puchalski, da Central de Meteorologia, as temperaturas devem permanecer altas pelo menos até a metade do mês. Ainda assim, os períodos de frio que ocorrerem serão de duração menor do que os anteriores. Temperaturas acima de 20ºC e pontos de água parada são ideais para a proliferação dos mosquitos.
Para o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, o risco de uma nova epidemia existe. Buscando evitá-la, o governo estadual vem realizando treinamentos com os profissionais da saúde e orientando os municípios a fortalecerem o controle do Aedes aegypti. Também foram adquiridas bombas pulverizadoras de inseticida, hoje são quase 70, para destinar a municípios onde for constatada a presença do vírus.
– É preciso lembrar que a atuação da população no combate a pontos de água parada é fundamental para que o mosquito não se desenvolva. Não adianta uma grande campanha de combate a dengue pelo governo se os pátios das casas ficarem sujos – enfatizou Paz.
Município onde foram confirmados os primeiros casos de dengue autóctone, Giruá tentar inibir a doença com a chegada do calor. Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que entre abril e maio foram notificados 255 casos da doença (214 confirmados) no município de 17,8 mil habitantes.
Desde junho, no entanto, não houve registro. Para o secretário municipal de Saúde, Valdemar Fonseca, o controle da epidemia ocorreu devido a combinação do frio que inibiu a proliferação do Aedes aegypti e das ações de saúde realizadas.
– Estão sendo feitos treinamentos constantes com os profissionais de saúde de toda a região. Estamos também contratando mais dez agentes da dengue, que começam na próxima semana – garantiu Fonseca.
Eles irão se unir aos atuais dez profissionais que fazem o controle dos mosquitos. O inseticida terminou de ser aplicado em junho nas cerca de 3 mil casas da cidade. A partir daí, a atuação vem sendo de monitoramento dos focos e educação dos moradores. O índice de infestação (número de focos por residências), que atingiu 19% no ápice do surto, hoje é menor do que 1%.
Saiba mais– A dengue é uma virose transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti
– O inseto é um pernilongo escuro com listras brancas, que costuma picar durante o dia
– Ao picar uma pessoa com a doença, o mosquito se infecta e passa a transmitir a doença a outras pessoas picadas
– Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e nos músculos. Ela é diferente da gripe por não ter sintomas respiratórios
– Para evitar a dengue, é preciso eliminar locais onde a água fique parada. Por isso, objetos, como pneus, garrafas, copos e latas, devem ser recolhidos
Fonte: www.saude.rs.gov.br(
ClicRBS, 06/09/2007)