Brasil e Dinamarca pretendem trocar experiências e incentivar a pesquisa conjunta na área de energias renováveis. Acordo nesse sentido será assinado durante visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Copenhage nos dias 12 e 13 deste mês.
“Eles têm muito interesse em conversar conosco sobre meio-ambiente de uma maneira geral e sobre mudança do clima em particular”, revela a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, chefe do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores.
Em abril deste ano, durante visita ao Brasil do primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, os dois países assinaram memorando de entendimento sobre cooperação na área de mudança do clima para execução de projetos conjuntos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Quioto. O primeiro-ministro dinamarquês também foi à Petrobras tratar de cooperação na área energética.
Ao lado de outros países nórdicos como Suécia e Noruega, a Dinamarca está na vanguarda de questões ambientais – os três criaram selos verdes ainda na década de 80. Hoje, participam ativamente dos debates e negociações internacionais sobre meio ambiente. Em 2009, a Dinamarca sediará importante conferência sobre mudanças climáticas – será um momento-chave para a discussão global pois em 2012 encerra-se o prazo para revisão do Anexo 1 do Protocolo de Quioto, que define as metas de cada país.
Nesse contexto, a experiência brasileira em biocombustíveis ganha especial relevância. Como na Suécia, o tema será debatido em seminário empresarial. O governo brasileiro também apresentará a empresários dinamarqueses o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e suas perspectivas de investimento.
Novos investimentos empresariais no Brasil devem ser anunciados já durante a visita do presidente Lula à Dinamarca. O anúncio deve ser feito pela A. P. Moller-Maersk, que atua na área de navegação e exploração de petróleo em parceria com a Petrobras, informa a embaixadora Maria Edileuza em entrevista à Agência Brasil.
“Temos aqui também a presença de outros empresários dinamarqueses, sobretudo na área de produtos lácteos, em alimentos, produtos hospitalares, produção de enzimas, máquinas de embalar, compressores, tintas, sistemas de bombeamento, produtos farmacêuticos. Eles têm uma presença muito diversificada na economia brasileira ”, salienta. Também foi inaugurada a nova unidade produtora de insulina da Novo Nordisk, em Montes Claros (MG), que representou investimentos de US$ 250 milhões. Pelo lado brasileiro, a Metalfrio acaba de adquirir o grupo dinamarquês Caravell, um dos líderes na venda de freezers e refrigeradores comerciais para os mercados europeu e russo. “É o investimento pioneiro do Brasil na Dinamarca”, sublinha a embaixadora.
As trocas comerciais entre Brasil e Dinamarca totalizaram, em 2006, US$ 487,49 milhões. As exportações brasileira foram de US$ 220 milhões – um terço desse total em resíduos sólidos da extração de óleo de soja. O Brasil importou US$ 267,5 milhões da Dinamarca, com pauta bastante pulverizada.
“A visita sempre contribui para que a gente reative certas áreas, busque novas áreas de investimento e novas formas de ampliar o comércio”, destacou a embaixadora.
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Agência Brasil, 05/09/2007)