Até o dia 9, em mais de 70 urnas instaladas na cidade, os pelotenses poderão depositar seu voto - contra ou a favor da venda da Companhia Vale do Rio Doce. A campanha pela reestatização, intitulada A vale é nossa, foi desencadeada pelos movimentos sociais de todo o País e objetiva anular a privatização da empresa, realizada em 1997. O argumento é de que a venda ocorreu por um preço irrisório.
Conforme o vereador Ivan Duarte (PT), que promoveu audiência pública na Câmara para debater a privatização da Vale do Rio Doce, mais de cem ações foram ajuizadas contra a privatização da Companhia e um desses questionamentos recebeu decisão favorável da Justiça, o que motivou a ação nacional para tentar reverter a venda. Os movimentos sociais querem que a empresa volte a ser estatal.
A Companhia Vale do Rio Doce, criada em 1942, é a segunda maior empresa do País (só perde para a Petrobras), atua em 14 estados, é a maior mineradora de ferro do mundo e a maior produtora de alumínio da América Latina. Detém importantes e estratégicas jazidas de minérios, como nióbio, urânio, ouro e manganês. É proprietária de dez portos e está presente nos cinco continentes.
Estudos realizados na época da privatização da Vale revelaram que o patrimônio da Companhia era calculado em R$ 92,64 bilhões - 28 vezes o valor pela qual foi vendida: R$ 3,1 bilhões. A empresa foi privatizada no Governo Fernando Henrique. O processo transcorreu e meio a muitas denúncias, como por exemplo a participação do Bradesco. O banco não poderia fazer parte da negociação, pois esteve presente no trabalho de avaliação da empresa.
O votoA bióloga Michele Nogueira, 30 anos, votou ontem na urna disponibilizada no calçadão da rua Andrade Neves. Contra a privatização, ela quer que a Companhia Vale do Rio Doce volte a ser uma empresa estatal: “É o justo, o correto”. No Rio Grande do Sul, cerca de três mil urnas foram distribuídas.
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Diário Popular, 05/09/2007)