Caxias do Sul - O novo aterro sanitário do município começa a sair do papel. Três áreas estão cotadas para receber as cerca de 340 toneladas de resíduos orgânicos produzidos diariamente na cidade quando São Giácomo for desativado, o que pode ocorrer até o final do ano que vem. Uma fica em Vila Oliva, na localidade de Tabela (a mesma do novo aeroporto), e as outras duas, que são vizinhas, localizam-se atrás do novo presídio regional, perto do Apanhador.
Os três lugares - já aprovados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) - foram sugeridos pela prefeitura a partir de estudos ambientais realizados em aproximadamente 30 áreas. O órgão estadual também já autorizou a realização de audiência pública para discutir com a comunidade qual dos três lotes indicados será o melhor.
A área na Tabela estava sendo cotada desde a época do governo de Pepe Vargas (PT), quando foi feito o estudo. As outras duas começaram a ser avaliadas já nessa administração, quando foram decretadas de utilidade pública para que a prefeitura pudesse fazer o estudo.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Ari Dallegrave, prefere não se manifestar sobre o estudo. Ele entende que a população é quem deve decidir o melhor lugar para o novo aterro.
- Qualquer uma das três tem condições. Dependerá do que ficar decidido na audiência pública - resume.
Há, no entanto, uma tendência de que seja escolhido um dos dois lugares próximos ao presídio. O acesso é fácil porque eles ficam a dois quilômetros da Rota do Sol. Além disso, estão afastados de moradias e de áreas de preservação ambiental.
A audiência pública já está marcada. Ela será realizada no dia 25 de outubro, às 19h, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Quem tiver interesse em conhecer o estudo deve procurar a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) a partir de amanhã e pedir para ver a documentação.
Se a audiência e a licitação ocorrerem dentro dos prazos previstos, até o final de 2008 o novo aterro já deve estar funcionando e São Giácomo será desativado. A nova obra deve custar R$ 10 milhões e irá resolver os problemas do lixo de Caxias pelos próximos 50 anos.
Lixo IndustrialAssim que for definida a situação do lixo doméstico, deve começar a discussão sobre a construção de um aterro para o lixo industrial, hoje levado para outras cidades. A Codeca e a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) chegaram a conversar sobre o assunto, mas nada foi definido.
Sem chance de nova ampliaçãoA construção de um novo aterro sanitário para Caxias possibilitará que a prefeitura desative finalmente o depósito de São Giácomo. Ele foi construído em 1989 em substituição ao Vazadouro São Virgílio, que era uma espécie de lixão. Desde então, o lugar passou por diversas ampliações, sendo que a última foi em 2005. Embora a prefeitura esteja recuperando a área onde foram enterrados resíduos durante esses 18 anos, o secretário de Meio Ambiente, Ari Dallegrave, acredita que não seja mais possível ampliar o aterro.
- Ele já está chegando muito perto da cidade - argumenta.
A construção de um novo aterro está sendo discutida há anos. Mas todas as vezes em que foram apresentadas áreas em substituição a São Giácomo, houve contestação da população das redondezas, e o Executivo acabou recuando.
(Por Graziela Andreatta,
Pioneiro, 05/09/2007)