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etanol
2007-09-05
De novo, o velho problema da falta de logística pode emperrar as possibilidades de Mato Grosso avançar com sua economia.  Os campos férteis e as grandes áreas ainda disponíveis para produção parecem ser pouco diante da realidade da distância dos grandes centros.  Pelo menos é o que ficou claro no Seminário “Etanol – Mato Grosso/Brasil – Oportunidades e Desafios”, realizado nesta segunda-feira, em Cuiabá.  O evento contou com a participação do ex-ministro da Agricultura, Antônio Cabrera, e do presidente da Transpetro, Sérgio Machado.  Durante todo o dia foram debatidas questões envolveno mercado em expansão, temas ambientais, trabalhistas e, claro, de logística

As cifras são expressivas.  E muito atrativas.  Com a plantação da cultura em 220 mil hectares, o Estado estima produzir para a safra 2007/2008, 800 milhões de litros de álcool.  Precisa triplicar essa quantidade, chegando a 2,8 bilhões de litros.  Sem problemas: o Estado é visto como um dos mais promissores para o aumento da produção, no caso, do etanol, combustível que tem a sua demanda crescente a cada ano.  Os números da indústria automobilística demonstram a expansão, pois, atualmente, 88% dos carros vendidos no País são no modelo Flex, que podem utilizar como combustível o álcool ou gasolina.

Ao expressar seu otimismo com a alternativa, o vice-governador Silval Barbosa, acabou mostrando que ainda é preciso se avançar muito para dar as reais garantias de mercado competitivo para os produtores.  Mato Grosso apresenta inúmeras condições favoráveis e para ampliação do setor sucroalcooleiro e também para sediar os avanços tecnológicos empregados na produção que estão agregando maior produtividade em menor área.  Mas para que isso se concretize, tem que haver uma reestruturação na área agrícola e pecuária.  E quando se chega a essa conclusão a etapa seguinte é a discussão relacionada ao mercado da cana-de-açúcar, os incentivos fiscais e créditos para o mercado em Mato Grosso.

A logística foi definida pelos participantes como condição primordial para que essa expansão se concretize.  Entre um dos mecanismos para melhoria da logística está a construção de um poliduto, que será executada pela Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, tem 900 km na primeira etapa, saindo da Refinaria no Paraná, passando pelo terminal de Londrina, terminal hidroviário de Bataguassu (MS), e chegando até Campo Grande (MS).  Com essa obra, que consta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e previsão de que seja concluía até 2011, parte do etanol produzido no Centro-Oeste será escoada pelo porto de Paranaguá.

O desafio apresentado por entidades e empresários do setor é trazer o poliduto até Cuiabá, ou até a região produtora de Mato Grosso.  O presidente da Transpetro admitiu que o compromisso de produção do etanol é que determinará a execução dessa etapa em Cuiabá e afirmou ainda que o volume do produto transportado definirá também os custos, pois quanto mais combustível passar pelos dutos, menores serão os custos destes.  O poliduto transportará o etanol de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de parte do Norte paranaense até Paranaguá (PR) também trará de volta dois outros combustíveis – gasolina e diesel.

“O Brasil é um país extremamente competitivo na produção de etanol e para isso precisamos adequar infra-estrutura e produção.  E estamos em uma época que não dá mais para investir primeiro em infra-estrutura e aguardar a produção.  E a parceria entre os dois Estados é um dos caminhos para que o potencial do Centro-Oeste se solidifique na produção sucroalcooleira” - afirmou Sérgio Machado acrescentando que a garantia de produção é um dos compromissos para que o poliduto tenha viabilidade.

A expectativa do Sindicato das Indústrias Sucroalcoleiras de Mato Grosso (Sindalcool), é que o Estado alcance os 2,8 bilhões de litros de álcool dentro de quatro anos, quando então, segundo estima o Governo Federal, o poliduto esteja concluído.  O diretor da entidade, Jorge Santos, frisa ainda que além da garantia de produção, outro marco regulatório para a construção do poliduto é o licenciamento ambiental.  “Além de necessitarmos de definições ambientais, a produção tem ser definida em questões ambientalmente corretas e economicamente viáveis” - acrescentou Jorge.

Estudos do Sindalcool apontam que o transporte do etanol pelo poliduto possibilitará a redução de até 70% nos preços dos fretes, o que representa 25% dos custos de produção.  Todo o álcool a ser transportado pelo poliduto será destinado à exportação.  O mercado mato-grossense absorve 25% da produção de álcool.

(Só Notícias, 04/09/2007)


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