A China vai estimular a produção de etanol para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, mas deixará de fabricá-lo a partir de cereais -- especialmente milho-- como tinha feito até agora, anunciou hoje o vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Chen Deming.
Entre o 1 milhão de toneladas de etanol produzidas no país asiático em 2006, 800 mil procederam do milho e o resto de outros cereais, disse Deming em entrevista coletiva. No entanto, de acordo com o funcionário, a China não continuará por esse caminho e deixará de fazer o mesmo que países como o Brasil e os Estados Unidos, que destinaram vastas extensões de terra fértil para produzir etanol.
"Na China, a terra é preciosa e não vamos produzir etanol a partir de recursos alimentícios", afirmou Chen. O funcionário chinês anunciou que até 2010 o país deve utilizar 2 milhões de toneladas de etanol procedentes de colheitas não alimentícias e 200 mil toneladas de biocombustível. Para 2020, a meta é de 10 milhões de toneladas de etanol e 2 milhões de toneladas de biocombustível.
Preço No ano passado, a China foi o terceiro produtor mundial de etanol, atrás do Brasil e dos Estados Unidos, e as quatro fábricas existentes até agora nas províncias de Heilongjiang, Jilin, Anhui e Henan o produziam basicamente a partir do milho. Mas o encarecimento deste cereal e o temor de um possível déficit alimentício levaram Pequim a rever sua estratégia.
Hoje, outro vice-presidente do máximo órgão de Planejamento, Bi Jingquan, disse que uma das razões do preocupante encarecimento da carne de porco na China foi a queda da produção mundial de cereais, devido ao aumento do consumo de milho para a produção industrial de etanol.
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Efe, 04/09/2007)