Na próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará o programa de biocombustíveis em uma das regiões de maior consciência ambiental do planeta: o norte europeu. Do dia 10 ao dia 14, Lula percorrerá Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega. Será a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro a esses países.
“Vamos fazer apresentações sobre a experiência pioneira do Brasil. Eles todos precisam cumprir as recomendações da União Européia de redução da emissão de gases do efeito estufa e também de incorporação de etanol à gasolina”, informou a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, chefe do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
A preocupação com o meio ambiente levou a Europa a impor algumas metas: adicionar 5,7% de etanol à gasolina até 2010 e, até 2020, substituir 10% de todo o combustível utilizado por energias renováveis – hoje, a participação é de apenas 1%.
Além de mostrar as vantagens dos biocombustíveis, o presidente Lula pretende mostrar as oportunidades de investimentos que se abrem, no Brasil, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O tema será tratado em seminários empresariais paralelos à visita presidencial, com a presença de executivos brasileiros e nórdicos de setores industriais e comerciais. “Exporemos as novas oportunidades que os investimentos alocados no contexto do PAC podem representar em termos de novos investimentos no Brasil em obras de infra-estrutura”, antecipou a embaixadora.
A intensificação e a diversificação do comércio bilateral é outra frente que interessa ao Brasil. O intercâmbio comercial com os países nórdicos ainda é pequeno – nenhum deles está entre os 12 maiores compradores ou fornecedores do Brasil. “São países pequenos, mas de alto poder aquisitivo. Há possibilidade de diversificar, sair um pouco dos produtos tradicionais, como minérios e produtos de base, e incluir itens de maior valor agregado e manufaturados”, disse Reis.
Ela lembrou que o Brasil já é o maior parceiro comercial e de investimentos dos quatro países na América Latina: “Tem crescido muito, nos últimos anos, o interesse pelo continente e, nesse contexto, pelo Brasil em especial”.
Temas da agenda multilateral também entrarão em pauta em todos os países, como a reforma do sistema multilateral de comércio e a reforma nas Nações Unidas. “Com todos esses países temos um diálogo muito bom, temos mecanismos de consultas políticas regulares e permanentes, encontros em nível ministerial muito freqüentes. Temos uma relação muito fluída, muito fácil, e uma relação de cooperação muito importante”, avaliou.
Como serão visitas de Estado, o presidente Lula terá encontros com o chefe de governo e o presidente do Parlamento de cada um dos quatro países.
(Por Mylena Fiori, Agência Brasil, 05/09/2007)