O casco da Plataforma de Petróleo P-53 deverá chegar a Rio Grande na tarde de hoje. A informação foi dada ontem de manhã, pelo gerente de Construção, Montagem e Integração da P-53, Edmilson Medeiros, que apresentou à imprensa o planejamento de entrada do ex-navio Settebello, convertido em casco da plataforma em Cingapura e, após, batizado de Petrobras 53. A embarcação saiu de Cingapura no dia 2 de julho, puxada por três rebocadores oceânicos, e ontem já estava na costa brasileira. O rebocamento desde Cingapura tem custo de quase 10 milhões de dólares. Ao chegar à região de Rio Grande, ficará a 35 milhas da costa.
Conforme Edmilson Medeiros, a Petrobras fez rastreamento por satélite de todo o rebocamento. Até o último dia 29, o casco da P-53 foi puxado por três rebocadores. Depois, um deles teve problema de perda de óleo e apenas dois seguiram o rebocamento. Amanhã, uma equipe da Petrobras e técnicos contratados deverão ir a bordo da embarcação. A Praticagem da Barra também irá para fazer vistoria no sistema de reboque, já que depois será ela a rebocá-lo. Após a vistoria, o casco da Petrobras 53 será movimentado para uma área entre 70 e 100 milhas da costa para troca da água de lastro, que precisa ocorrer em águas internacionais ou local de alta correnteza. O deslocamento deverá durar 16 horas e a troca de lastro em torno de 42 horas. Conforme Medeiros, também será feita inspeção submarina para verificar se houve dano ao casco durante a viagem.
A Petrobras está programando para o período de 9 a 11 deste mês, provavemente no dia 10, a operação de entrada do casco no porto do Rio Grande, dependendo das condições ideais de vento e de maré. A operação deverá ter início às 6h, com o embarque da Praticagem e equipes de amarração. Das 7h às 9h, ocorrerá a troca dos rebocadores oceânicos por outros cinco portuários, dos quais dois atuarão na popa e três pela proa. Antes da entrada, serão realizados testes de governabilidade do casco. Medeiros disse que o ponto de maior preocupação na operação de entrada no porto é a passagem sob a linha de transmissão de energia elétrica para São José do Norte, pois o casco vai praticamente parar. Seu ponto mais alto tem 79 metros e o da linha é de 84 metros (esta será desligada por 30 minutos). Com o objetivo de não prejudicar o tráfego de navios no porto, ele vai passar por fora do canal. Após a linha de transmissão de energia, entre 15h e 16h, o casco sofrerá um giro para ser rebocado de popa até a atracação.
Medeiros acredita que o casco atracará no cais da área industrial da Quip S/A, no Porto Novo, para a amarração, por volta das 17h. Depois da amarração, trabalho a ser realizado por 15 homens da Quip S/A, responsável pela construção de módulos da P-53, e mais uma equipe da Marinha, especializada neste serviço, os rebocadores serão liberados. A integração dos módulos começará só após a liberação da Receita Federal e da Vigilância Sanitária e deverá se estender por dez meses. Segundo Medeiros, a plataforma completa tem custo aproximado de 1 bilhão de dólares, sendo 30% referentes à conversão do casco. Os três módulos em construção no Rio de Janeiro devem chegar a Rio Grande no final de setembro ou início de outubro. Os três de Cingapura devem sair de lá esta semana. A expectativa é que a plataforma oceânica P-53 esteja pronta para seguir para o campo de Marlim Leste, Bacia de Campos (RJ), em junho de 2008.
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Correio do Povo, 04/09/2007)