A Administração Estatal de Protecção Ambiental (SEPA, na sigla inglesa) da China colocou 1.162 empresas e projectos na lista negra de contaminação ambiental só desde Julho, informa hoje a imprensa estatal chinesa. Segundo Pan Yue, subdirector da SEPA, a agência encerrou 400 empresas, enquanto as restantes foram suspensas e multadas, com o objectivo de deter as emissões poluentes nas bacias dos rios Amarelo, Yangtse, Huaihe e Haihe, os maiores do país, refere a agência noticiosa oficial Nova China.
Pan alertou no entanto que o encerramento de algumas unidades ainda está longe de solucionar o problema da poluição ambiental no país. «É necessário estabelecer um sistema de protecção ambiental para limitar o desenvolvimento de indústrias com altos consumos energéticos e altos níveis de emissões de poluentes», apelou.
Pan apelou ainda à criação de um sistema de avaliação dos funcionários públicos ao nível das províncias e das localidades que, para efeitos de promoção, tenha em conta o desempenho de acordo com padrões ambientais, uma exigência antiga da SEPA, a entidade fiscalizadora do sector ambiental, mas que o governo chinês ainda não implementou no terreno para além da criação de legislação vaga.
«Até ao estabelecimento do sistema, a SEPA fortalecerá a inspecção e a supervisão nas áreas onde há empresas e projectos que sejam consideradas possíveis ameaças ambientais», acrescentou o responsável.
A China foi incapaz de cumprir os objectivos definidos pelo governo para a redução do consumo energético e da poluição em 2006, demonstrando a dificuldade de proteger o ambiente no rápido crescimento económico. Segundo a SEPA, a poluição atingiu já 70% dos rios e lagos da China, enquanto 90% dos lençóis de água subterrâneos nas cidades chinesas sofrem as consequências de emissões poluentes.
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Diário Digital / Lusa, 03/09/2007)