Durante visita de cortesia ao Rio Grande do Sul, a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, foi recebida nesta segunda-feira (03/09) à tarde pela governadora Yeda Crusius no Palácio Piratini. Além de conhecer pessoalmente a governadora e o secretariado e ampliar os laços econômicos, o encontro teve por objetivo o convite para o seminário Watec 2007 (Tecnologias da Água e Controle Ambiental), que ocorrerá de 30 de outubro a 1º de novembro no Centro de Exposições de Tel Aviv, em Israel.
“Queremos muito a participação do Rio Grande do Sul no evento, que é igualmente importante para Israel e para o Estado”, afirmou a embaixadora.
A Watec é uma conferência internacional de tecnologias hídricas, constituindo-se no principal evento israelense para transformar a crise mundial de escassez de água e os desafios ambientais em um motor de crescimento econômico. Situado em uma das regiões mais áridas do mundo, Israel é pioneiro e líder mundial em gestão de recursos hídricos.
Perdas com a estiagem
“A água é o bem mais valorizado e discutido no mundo atualmente. A participação no seminário será uma oportunidade muito rica, pois as inovações nessa área são monumentais. Estamos estruturando o governo justamente com base na reserva de água e todas as experiências estão lá. Mas, sem dúvida, a vinda da embaixadora ao Estado fortalece laços em todos os setores de negócios”, disse Yeda Crusius, afirmando ainda que “conhecer Israel está nos planos da governadora”.
Acompanhada na audiência pela diretora de Assuntos Internacionais da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Márcia Lang, do chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, e pelo secretário da Irrigação, Rogério Porto, Yeda Crusius explicou que, devido às perdas econômicas causados por estiagens cíclicas no Rio Grande do Sul, as questões relacionadas ao manejo da água são prioridades da atual gestão.
“Somos um Estado riquíssimo, mas sem planejamento, temos perdido bilhões”, contextualizou, lembrando que a seca ocorrida em 2004/2005 foi o mais violenta, gerando redução em mais de 5% no Produto Interno Bruto. “Somente em soja e milho, as perdas, nos últimos 35 anos, chegam 36 bilhões”, informou Rogério Porto.
Tecnologia
A governadora também enfatizou que o Rio Grande do Sul tem muito a trocar na área de tecnologia e vive “um excelente ciclo em energias renováveis”. Como exemplos, a governadora cita o fundo de investimento exclusivo para energias renováveis disponível por meio da CaixaRS e também o desenvolvimento do chamado plástico verde.
“É do nosso pólo petroquímico a patente mundial do plástico produzido a partir do etanol, sem uso de petróleo. Plantar e fazer plástico é uma revolução, justamente pela falta dos recursos renováveis”, observou Yeda Crusius.
Convênios de cooperação mútua nas áreas de telecomunicações, energia, agronegócio, segurança pública, tanto em pesquisa, como em desenvolvimento e comércio, também estiveram na pauta no encontro.
Relações comerciais
Conforme dados da Sala do Exportador da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, em 2006, a corrente de comércio entre o Rio Grande do Sul e Israel somou US$ 71.624.286. O Rio Grande do Sul exportou para Israel US$ 33.872.933. Já as importações fecharam em US$ 37.751.353. Os principais produtos embarcados foram produtos químicos orgânicos, plásticos, calçados, tabaco, carne e peixe. No mesmo período, o Estado importou adubos, produtos químicos orgânicos, máquinas e fosfatos de cálcio.
No ranking dos estados exportadores brasileiros para Israel, o RS ocupa a segunda posição, com uma participação de 12,43%, e em terceiro lugar dentre os estados importadores, com uma participação de 7,97%.
A embaixadora Tzipora Rimo esteve na audiência com a governadora acompanhada da adida comercial da Embaixada de Israel, Rona Kotler, do presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, Henry S. Chmelnitsky, do diretor-executivo da entidade, Albert Poziomyck, e do diretor Roger Russowski.
(Ascom Governo do Estado do RS, 03/09/2007)