A Secretaria do Meio Ambiente promoveu nesta segunda-feira (03/09) uma reunião para dar inicio à estruturação do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas, convocando todas as instituições que compõem a estrutura do referido fórum.
No discurso de abertura, o secretário Otaviano Moraes destacou a importância do evento, que no Rio Grande do Sul começa mais tarde em relação a outros estados. “Mas a presença de técnicos, governo e instituições aqui reunidas, demonstra que estamos mobilizados e conscientes da responsabilidade de todos os segmentos no que tange a questão ambiental. O encontro serve também para traçarmos um cronograma de nossas atividades daqui para frente”, enfatizou Otaviano.
No encontro, o professor Jefferson Cardia Simões, glaciologista do núcleo de pesquisas antárticas e climáticas da UFRGS, apresentou a palestra “Mudanças Globais e o Rio Grande do Sul”. Simões abordou como os relatórios parciais do IPCC apontam para os impactos decorrentes das atividades humanas causando um desequilíbrio no balanço de energia no sistema terra-atmosfera, modificando e provocando mudanças no clima.
Estes estudos trabalham com médias globais e deveriam ser direcionados ao Hemisfério Sul, uma vez que as variáveis que afetam essa região são diferentes das do Hemisfério Norte. Segundo ele, o Pólo Sul afeta muito mais o clima no RS do que o derretimento das geleiras no Pólo Norte.
Apontar soluções
O Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas se propõe a reduzir a carência de estudos e monitoramento sobre mudanças climáticas apontadas pelo IPCC na América Latina, e especialmente no RS, o que prejudica a tomada de ações adaptativas e mitigadoras. “Não conhecemos a fundo nossa própria variedade climática. Então como poderemos saber que mudanças podem estar acontecendo no Estado?”, concluiu o professor.
O RS possui duas faculdades de meteorologia, centros de pesquisa meteorológica e climatológica, fundações e centros de pesquisa de agricultura, de tecnologia, que podem contribuir no processo de definição das atitudes de adaptação e mitigação dos fatores que causam as mudanças climáticas.
A criação do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas no RS tem a finalidade de reunir estas instituições e seus profissionais. Com o estudo de nossa variabilidade climática, investimento em monitoramento e pesquisa, além de ações mitigadoras dos possíveis impactos, o Rio Grande do Sul não só pode diminuir os prejuízos, como também tirar proveito das mudanças que se anunciam.
Participaram do encontro representantes das seguintes instituições e órgãos públicos: Secretária da Saúde; da Ciência e Tecnologia; Infra-Estrutura e Logística; Educação; Fazenda; Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; Planejamento e Gestão; Obras Públicas; Casas Civil e Militar; INMET – 8º Dist; INPE; Emater; Fepagro; Fiergs; Embrapa-Trigo; Embrapa-Clima Temperado; Ulbra; Unisc; Irga; Furg; UnilaSalle; Unisinos; Feevale; PUC, UFRGS e a ONG Igre, que congrega os proferssores pesquisadores da UFRGS.
(Ascom Governo do Estado do RS, 03/09/2007)