O Programa Biota-FAPESP iniciou, nesta segunda-feira (03/09), uma parceria com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, para desenvolver ferramentas que garantam a qualidade dos dados gerados pelos sistemas de monitoramento do sistema aquático paulista.
De acordo com a gerente da divisão de análises hidrobiológicas da Cetesb, Marta Condé Lamparelli, a parceria estipula que o Instituto Virtual da Biodiversidade colabore com a elaboração de chaves de identificação interativas, de banco de dados e de coleções referência.
“A parceria é mais uma aplicação prática do conhecimento teórico acumulado pelo Biota. O acordo inclui também a execução de cursos de aperfeiçoamento técnico e a consolidação de uma lista oficial e permanente de consultores especialistas”, disse à Agência Fapesp.
Uma das variáveis analisadas no monitoramento da qualidade das águas paulistas – que é responsabilidade da Cetesb – é relativa à proteção das comunidades aquáticas, segundo Marta. “A contribuição do Biota se refere especificamente à comunidade bentônica. A equipe do programa está fazendo um levantamento de insetos e oligoquetos.”
Parte dos ensaios laboratoriais feitos pela Cetesb é acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) com a norma internacional ISO 17.025. Segundo Marta, o Biota ajudará a instituição a se enquadrar nos critérios.
“Dentro dessa norma, há uma demanda de acreditação de qualidade dos dados analisados. Uma das exigências é que possamos comprovar nossa capacidade de identificar corretamente os organismos. Nossos técnicos são mais generalistas e é indispensável a consultoria de pessoal mais especializado”, destacou.
A parceria, que permitirá à Cetesb o processo de acreditação de sua análise de comunidade bentônica, foi estabelecida junto à equipe de pesquisadores do Projeto Temático Levantamento e Biologia de Insecta e Oligochaeta em ambientes lóticos do Estado de São Paulo, apoiado pela FAPESP no âmbito do Biota e coordenado por Claudio Gilberto Froehlich, do campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto.
“Com a parceria, poderemos desenvolver ferramentas que possam garantir a qualidade do dado taxonômico gerado”, disse Marta. Segundo ela, a parceria representa também uma nova etapa de demanda em relação ao conhecimento de insetos e oligoquetos aquáticos no estado.
“Existem poucas chaves de identificação e há a necessidade de aprimoramento constante dos técnicos. São necessárias também coleções de referência para os organismos utilizados no sistema de avaliação ambiental."
(Por Por Fábio de Castro, Agência Fapesp, 04/09/2007)