A construção da Usina Foz do Chapecó, no rio Uruguai, divisa dos municípios de Alpestre, no Rio Grande do Sul, e Águas de Chapecó, em Santa Catarina, ganha ritmo acelerado. O transporte de materiais e pessoas entre as margens do rio continua sendo feito por balsa, enquanto não é concluída a ponte de serviço. Mais de 2 mil pessoas já trabalham no canteiro. No pico das obras, o número de empregos diretos ultrapassará os 3,2 mil. Outros 3 mil empregos indiretos também serão gerados pelo empreendimento.
O canteiro de obras já conta com alojamento para os funcionários, escritórios, oficinas e sistema de tratamento de água e esgoto. As escavações para implantar as principais estruturas da usina, como vertedouro e casa de força, estão avançadas. A barragem da UHE Foz do Chapecó terá 48 metros de altura e 550 metros de extensão. A primeira turbina deverá entrar em operação em agosto de 2010. A hidrelétrica terá potência instalada de 855 MW, suficiente para atender a 18% do consumo de energia gaúcho ou 25% do catarinense.
Águas de Chapecó já sente os reflexos da futura usina, como o crescimento do comércio. 'A cidade, antes considerada pacata, apresenta grande movimento de operários', diz o prefeito Moacir Dalla Rosa. Segundo ele, 700 trabalhadores dormem em beliches improvisados no salão paroquial, pavilhões e ginásios de esporte por falta de moradia. 'Cem casas estão sendo construídas e 90 foram alugadas nos últimos meses', detalha. O prefeito de Alpestre, Valdir Zasso, acompanha as negociações visando a uma indenização justa para as 300 famílias de agricultores da cidade que terão de deixar suas terras na área onde será formado o lago da usina.
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Correio do Povo, 02/09/2007)