O Japão, a Rússia e outros três países estão bloqueando a proposta de redução de entre 25% e 40% até 2020 na emissão de gases do efeito estufa, feita pela União Européia (UE) e por outros países industrializados em reunião da ONU realizada em Viena.
Esta faixa de redução seria um guia, sem cumprimento obrigatório, para as negociações a serem realizadas, em dezembro, na Conferência sobre Mudança Climática de Bali (Indonésia).
"As posições de Rússia, Japão, Canadá, Suíça e Nova Zelândia são uma receita para o desastre", disse Katrin Gutmann, representante da WWF na reunião.
Estes países, que fazem parte do Protocolo de Kioto, afirmam que o objetivo de redução defendida pela UE até 2020 poderia ter um impacto negativo sobre suas economias.
A proposta destes países é que não seja estabelecida uma faixa concreta de redução - uma posição que os ambientalistas consideram "inaceitável", e uma forma de condenar milhões de pessoas ao desastre.
O representante do Greenpeace, Red Constantino, disse que a posição do Japão é "atroz", pois se trata de um país insular e, portanto, muito exposto a um possível aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento global.
O Protocolo de Kioto, ratificado por 175 países, estabeleceu como meta que 35 países industrializados reduzissem suas emissões de gases do efeito estufa em 5% em relação aos níveis de 1990 entre 2008 e 2012.
Dentre os industrializados, os Estados Unidos, país que mais emite gases do efeito estufa no mundo, e a Austrália não ratificaram o acordo.
Os países em desenvolvimento que fazem parte do Protocolo de Kioto, mesmo os maiores - como Brasil, China e Índia -, não são obrigados a cortar suas emissões.
Podem, contudo, beneficiar-se por meio da implementação de projetos que reduzam suas emissões. Estes geram "créditos" para a emissão de gases por parte de países industrializados, que pagam por eles às nações em desenvolvimento.
Analistas, empresários, ambientalistas e representantes nacionais participam, em Viena, dos debates da reunião da Convenção Marco da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês), que começou na segunda-feira e terminou sexta-feira (31/08) e serve como preparação para o encontro política de dezembro em Bali.
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EFE, 31/08/2007)