(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
desmatamento da amazônia
2007-08-31
Nove países do continente, liderados por Chile e Colômbia, têm uma proposta para reduzir o desmatamento na região. A proposta foi elaborada em reunião da CEPAL, em Santiago do Chile e será apresentada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP13), a realizar-se em Bali, na Indonésia, em dezembro.

A novidade é a não participação do Brasil na elaboração do documento. De acordo com o economista Peter May, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ "o Brasil não quer assumir as posições desse documento e não participou da reunião em Santiago".

Para May, "a adoção de medidas contra o desmatamento deverá ter a adesão de outros países em desenvolvimento, tornando difícil a posição brasileira. Combater o desmatamento seria a contribuição dos países do Terceiro Mundo na adequação contra as mudanças climáticas", pontua.

Num momento em que o Brasil busca crescimento na economia, reduzir a expansão das fronteiras agrícolas por meio do controle ambiental e frear o desenvolvimento não está nos planos do Governo. "Esse é o maior pretexto do Brasil para não adotar medidas de controle do desmatamento", explica o professor.

Segundo May, o Brasil "não quer adotar metas para a redução das emissões de carbono. O país não quer que isso seja usado como ´moeda de troca´ para financiar o combate ao desmatamento". As alternativas para reduzir as emissões seriam a adoção de MDL - mecanismos de desenvolvimento limpo, associados ao Protocolo de Kyoto e, eventualmente, políticas de reflorestamento.

Mercantilização
Criticando uma possível mercantilização das iniciativas de redução do desmatamento, o Brasil tem propostas diferentes das apresentadas pelos vizinhos. "Achamos o tema relevante, mas não queremos atrelar a proteção ambiental num arranjo de marcado", diz Adriano Santhiago, analista do Ministério do Meio Ambiente.

"Qualquer proposta que use a redução do desmatamento para alcançar as metas do Protocolo de Kyoto para coibir as emissões de carbono não é viável", argumenta Santhiago. Segundo o analista, associar o desmatamento a outros pontos do protocolo iria inundar o mercado com créditos de carbono.

Santhiago fala que os países em desenvolvimento querem recursos para reduzir o desmatamento. "O ideal seria que os recursos para essas medidas viessem dos países do Anexo 1 - nações industrializadas e com as maiores taxas de emissão de carbono - em vez de exigir que os países em desenvolvimento reduzam suas fronteiras agrícolas e freiem o crescimento econômico", argumenta.

O rateio desses recursos seria proporcional ao esforço no combate ao desmatamento, de acordo com o analista. A principal crítica a esse modelo - feita pelos outros países em desenvolvimento - é que esse acordo privilegia os países que desmataram no passado e combatem o desmatamento hoje. Entretanto, "apesar das críticas, o Brasil é um dos países que mais reduziu o desmatamento: 25% no ano passado e quase 50% desde 2005", defende ele.

No entanto, ambientalistas dizem que a redução do desmatamento foi alavancada pela redução do preço das commodities no mercado internacional. Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram uma redução do preço da soja em 48% no último ano. Já o gado sofreu uma baixa de 18% no mesmo período. Há o temor de que o crescimento da economia e do agronegócio reduza a taxa de queda do desmatamento.

Sobre a reunião
A reunião, realizada em Santiago, tratou de políticas, projetos, formas de financiamento e de tecnologias para enfrentar as mudanças climáticas. Segundo os participantes (Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai e Peru), as oportunidades perante essa situação englobam cinco áreas, de acordo com texto no site da CEPAL:

1. A adaptação frente a impactos lentos ou desastres provocados pelas mudanças no clima. Mudanças regionais agudas - e de longo prazo - na produção e no uso dos recursos naturais, repercutindo no comércio internacional, na política fiscal e em outros aspectos do desenvolvimento. Antecipar essas mudanças deve ser tema-chave na agenda dos países latino americanos.
2. Melhorar a qualidade do crescimento, concentrando esforços na mudança dos padrões de produção e consumo, na valorização do carbono no nível de projeto e investimentos na infra-estrutura de agricultura e transporte.
3. O setor financeiro deve adaptar-se para oferecer investimentos em projetos que privilegiem a melhoria das condições climáticas.
4. As políticas públicas são elementos chaves para essas mudanças. Elas podem diminuir os custos das adaptações aos novos padrões de produção e consumo. Também podem ajudar a mobilizar recursos privados para o financiamento dessa transição regional para menores emissões de carbono.
5. Os mecanismos dos programas de redução dos GEI - gases de efeito invernadouro - são essenciais para a eleição de projetos e políticas sobre o tema. Projetos de mudança na produção e consumo devem estar na rota de programas de desenvolvimento.

(Por Charles Nisz, Amazonia.org.br, 29/08/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -