O Governo chinês reconheceu pela primeira vez que a falta de regulação sobre segurança no trabalho é parcialmente responsável pela inundação de uma das minas onde 172 mineradores permanecem presos há 14 dias. Segundo informa hoje o jornal de Hong Kong "South China Morning Post", a tragédia na mina de Xintai foi chamada de "desastre natural" pelas autoridades chinesas, mas o porta-voz do Departamento de Segurança no Trabalho, Huang Yi, reconheceu falhas na segurança.
Huang disse que o acidente se deveu a causas naturais, mas o Governo não pode sair impune. Ele afirmou que os funcionários relacionados com a segurança da mina "assumirão grande parte da responsabilidade quando a investigação for concluída". É a primeira vez que um funcionário de segurança no trabalho critica publicamente as falhas nas normas das minas de carvão.
Segundo Huang, os departamentos provinciais de Shandong não estavam preparados para as fortes chuvas e não prepararam o equipamento necessário para lidar com potenciais inundações. Além disso, a mina, que em 2003 tinha sido declarada em quebra devido a reservas de carvão quase inexistentes, operava praticamente sem qualquer tipo de supervisão de segurança, acrescentou.
No momento da inundação, 756 pessoas trabalhavam sob a terra, uma mão-de-obra muito maior que o necessário para uma mina que produzia 780 mil toneladas de carvão por ano. Apenas 584 conseguiram escapar. Os trabalhos de resgate continuam, mas as esperanças de resgatar os mineiros vivos são poucas.
As bombas retiram 6 mil metros cúbicos de água por hora do interior da mina. Elas demorarão aproximadamente dois meses para encerrar seu trabalho, segundo as estimativas do jornal. Outros nove mineradores se encontram presos numa mina adjacente, também inundada.
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Efe, 31/08/2007)