A Aracruz Celulose vai ampliar o seu investimento no Estado em mais R$ 100 milhões. Engenheiros, e técnicos da indústria reuniram-se ontem com representantes da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), em Porto Alegre. O objetivo era fechar um acordo para o uso do estaleiro do antigo Departamento de Portos, Rios e Canais (Deprc) para a construção de barcaças.
A idéia é fabricar no espaço, atualmente desativado, oito embarcações para o transporte de madeira, entre quatro e cinco barcaças para o transporte de celulose e seis empurradores.
Segundo Walter Lídio Nunes, diretor de Operações da Aracruz, serão contratadas empresas terceirizadas no Estado para a realização das obras que, apenas para as embarcações, devem envolver uma mão-de-obra de cerca de 300 pessoas:
- Nos direcionamos para a solução do Deprec quando percebemos que não havia muitas facilidades de estaleiro no Estado.
Estado deve ganhar mais competitividade com obraA tendência é de que as obras se iniciem na metade do próximo ano. A idéia é restaurar a cultura do transporte por hidrovias, recuperando o modal que caiu em desuso em detrimento do sistema rodoviário.
A Secretaria de Infra-estrutura e Logística prometeu a execução da dragagem do canal de acesso à fábrica da Aracruz em Guaíba pelo Jacuí, para garantir a chegada da madeira e o escoamento da celulose produzida. O projeto de execução foi entregue ontem pelo Estado à Aracruz.
- O transporte de madeira por água vai gerar confiabilidade nesse sistema - prevê o diretor de Hidrovias da SPH, José Carlos Martins.
Segundo o secretário Daniel Andrade, o governo fará todo o esforço para eliminar gargalos e oferecer viabilidade ao empreendimento:
- A revitalização do modal hidroviário dará mais competitividade ao Estado.
O projeto de ampliação da empresa está orçado em US$ 2 bilhões. Desses, US$ 150 milhões deverão ser aplicados em infra-estrutura desde a construção de terminais, hidrovias e embarcações. Outros US$ 1,5 bilhão são destinados à área industrial, e US$ 350 milhões vão para florestas.
O projeto gaúchoEm Cachoeira do Sul e Rio Pardo, haverá terminais fluviais para transportar, pelo Rio Jacuí, madeira até a fábrica em Guaíba
- A empresa irá construir um porto marítimo em São José do Norte ao custo de R$ 120 milhões para exportar a celulose de Guaíba. Há possibilidade de que a Aracruz estabeleça parcerias com outras empresas do setor, como a Votorantim e a Stora Enso, para uso das instalações. O projeto deve gerar 850 empregos diretos e 1.450 indiretos. Depois de pronto, o porto deverá garantir 130 empregos diretos e 650 indiretos.
- Em Porto Alegre, R$ 100 milhões deverão ser investidos no projeto de construção de barcaças para o transporte de madeira e celulose. A iniciativa deverá abrir pelo menos 300 postos de trabalho.
- Um terminal portuário será construído em Guaíba para levar a São José do Norte a celulose destinada à exportação. A obra está orçada em R$ 45 milhões. Outros R$ 15 milhões deverão ser aplicados na construção de um píer para transporte de madeira.
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Zero Hora, 31/08/2007)